Perto de duas horas depois de os ativistas terem chegado, cerca de 20 elementos da Unidade Especial de Polícia levaram os oito ativistas em braços para carrinhas celulares junto à entrada do parlamento, onde os jovens foram algemados e colocados.
Segundo a PSP, quatro jovens vão ser levados para a esquadra da Lapa e outros quatro para Belém.
Antes de serem retirados, o pessoal da Assembleia da República cortou as correntes com que os ativistas se tinham prendido às guaritas.
Ao fundo da escadaria de acesso à porta principal do parlamento, cerca de duas dezenas de manifestantes cantaram e entoaram palavras de ordem em apoio dos jovens que estavam a ser detidos.
O protesto, organizado pela Direct Action International, reclama mudanças na legislação para conceder direitos a todos os animais, sejam ou não de companhia.
Entre as reivindicações deste grupo estão os direitos de os animais terem representação legal, não serem propriedade, não serem mortos, terem um 'habitat' próprio e serem resgatados.
“Nós temos de incluir todos os animais e acabar com este preconceito que nos diz que alguns são merecedores de direitos e do nosso amor e outros não”, disse à agência Lusa a ativista Iolanda Santos.
A ativista argumentou que “como não é aceitável ter cães dentro de uma casa onde ninguém lhes dá de comer, o que gera furor nas redes sociais, também não devia ser aceitável ter vacas, porcos, patos e outros considerados comestíveis a serem tratados desta forma”.
Salientou que o protesto de hoje não é para aumentar o bem-estar dos animais, mas por uma “total abolição do seu sofrimento”.
“Temos milhares de animais presos em quintas que estão a ser forçados a engravidar, a serem levados para matadores em condições deprimentes ou a fazerem viagens incríveis de barco sem qualquer assistência”, afirmou.
A mensagem que quiseram passar à Assembleia da República é a de que “os direitos dos animais que existem não são suficientes, porque não abrangem todas as espécies”.
Iolanda Santos considerou que “a ação direta de desobediência civil não violenta está a começar agora em Portugal”, mas vai estabelecer-se, porque “não está a resultar de outra forma”.
“Temos de passar para a fase seguinte, que é desobedecer. Se olharmos para trás na história, todos os movimentos sociais conseguiram mudanças apenas quando os ativistas começaram a desobedecer”, afirmou.
(Notícia atualizada às 12:05)
Comentários