Sete dos detidos estão relacionados com o inquérito que investiga o furto de pistolas da Direção Nacional, ocorrido em janeiro de 2017, "três em cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público e quatro em flagrante delito", especifica o comunicado da PGR.

Os outros dois detidos não estão "relacionados com o presente inquérito", tendo sido detidos "por posse de objetos proibidos".

Na nota enviada à imprensa, a PGR informa que foram apreendidas "diversas armas, munições, material informático e equipamento de telecomunicações".

As diligências continuam a decorrer no sentido de recolha de prova, acrescenta a fonte.

Segundo o porta-voz da PSP Alexandre Coimbra, a operação teve início cerca das seis da manhã.

No comunicado, a PGR detalha que se realizaram 15 buscas domiciliárias e quatro buscas não domiciliárias.

Dos três indivíduos inicialmente detidos, dois são agentes da autoridade e um é civil. Os dois agentes eram, à data do furto das armas, os responsáveis pela segurança do armeiro.

Segundo Alexandre Coimbra, “a PSP deteve hoje três pessoas, na zona da Grande Lisboa, juntando-se àquela que já tinha sido detida na segunda-feira”.

Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que um dos suspeitos hoje detido pela PSP está relacionado com o processo do furto das armas de Tancos.

A operação, com o nome “Ferrocianeto” abrange os concelhos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Mafra, Abrantes, Alvaiázere, Sintra, Cascais, Oeiras, Lisboa, Almada e Albufeira.

No comunicado, a PSP adianta que o inquérito, dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), está a cargo da Divisão de Investigação Criminal do Comando Metropolitano de Lisboa, sendo apoiada pela Unidade Especial de Polícia, Comando Metropolitano do Porto e Comando Distrital de Faro.

Segundo as autoridades estão envolvidos nas buscas cerca de 150 polícias.

Em janeiro de 2017 foi detetado o desaparecimento, do armeiro da sede da Polícia de Segurança Pública (PSP), de 57 armas Glock após a apreensão de uma arma de fogo da polícia durante uma operação policial que decorreu no Porto.

Outras três armas foram detetadas, posteriormente, pelas autoridades espanholas em Ceuta.

Na altura foram suspensos os dois agentes responsáveis pela listagem das armas, aberto um inquérito e uma comunicação ao Ministério Público para efeitos de investigação criminal.

A 17 de outubro deste ano, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse no parlamento que haviam sido recuperadas oito das 57 armas Glock desaparecidas “em operações distintas, sem nenhuma característica comum entre as mesmas, oito das 57 armas”.

O ministro avançou que quatro armas foram recuperadas em Espanha, três das quais na Andaluzia e uma Ceuta, e outras quatro em Portugal.

Eduardo Cabrita avançou ainda que o oficial da PSP que foi responsável pelo departamento onde estavam armazenadas 57 armas desaparecidas em janeiro de 2017 foi exonerado de oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Guiné-Bissau.

Na sequência dos processos disciplinares abertos pela PSP a este caso foi determinado, em março de 2017, a cessação da comissão de serviço do ex-diretor do Departamento de Apoio Geral da direção Nacional da PSP, enquanto oficial de ligação do MAI na Guiné-Bissau.

(Notícia atualizada às 12:57 - No total, até ao momento, são nove os detidos)

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