“O ministro da Defesa [Sergei Shoigu] informou-me há duas horas que as operações nas margens leste e oeste do rio Eufrates acabaram com a derrota completa dos terroristas”, assegurou o chefe de Estado russo, citado pelos ‘media’ locais.
Putin, que anunciou hoje que vai candidatar-se a um quarto mandato nas presidenciais russas previstas para março de 2018, admitiu que ainda podem existir “alguns focos de resistência”, mas, em termos gerais, “os combates desta fase e naquele território acabaram”.
“Acabaram, insisto, com a nossa vitória e com a derrota dos terroristas”, reforçou.
Quase em simultâneo com as declarações de Putin, o chefe do Estado-Maior do Exército russo, Valeri Guerasimov, assegurou que “todos os grupos armados do EI no território sírio foram aniquilados e que todo o território foi libertado”.
O responsável militar russo explicou que as tropas sob o comando do general sírio Suhail Hasan destruíram as últimas posições do EI na província de Deir al-Zur, no nordeste da Síria.
Ao libertar várias localidades situadas nas margens do rio Eufrates, estas forças juntaram-se às tropas governamentais que atacavam a partir da região sul.
“Desta forma, a partir de hoje, o território sob o controlo do EI deixa de existir”, reforçou Valeri Guerasimov.
O general russo destacou que todas estas operações foram planeadas e organizadas por militares russos que se encontravam a colaborar com as diferentes divisões militares governamentais envolvidas na ofensiva.
“As ações coordenadas com as milícias curdas e as forças governamentais sírias com o apoio da aviação russa garantiram a completa aniquilação do Estado Islâmico nas províncias orientais da Síria”, sublinhou.
Nas mesmas declarações, Valeri Guerasimov criticou o papel desempenhado pela coligação militar internacional liderada pelos Estados Unidos, indicando que durante essa intervenção internacional os ‘jihadistas’ chegaram a controlar 70% do território sírio.
“A situação era crítica. Mais um mês e meio e a Síria teria deixado de existir como um Estado”, frisou o general.
Sobre um futuro acordo político na Síria, país que enfrenta um conflito civil há mais de seis anos, Vladimir Putin identificou como prioridade o reforço das zonas desmilitarizadas e só depois a redação de uma nova Constituição e a realização de eleições parlamentares e presidenciais.
“É um trabalho muito longo e árduo. Mas antes de tudo, devemos dar os primeiros passos: (…) reforçar as zonas de segurança e fazer todo o possível para que o derramamento de sangue acabe no território sírio”, insistiu o chefe de Estado russo, um reconhecido aliado do Presidente sírio, Bashar al-Assad.
Putin tinha assegurado recentemente que a intervenção militar russa na Síria, que começou em finais de 2015, estava a chegar ao fim, uma vez que as tropas governamentais sírias já controlavam 98% do território e a vitória sobre as forças ‘jihadistas’ estava próxima.
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