"A situação na região é muito tensa. Todos o entendemos. Creio que o nosso encontro de hoje e as nossas consultas são necessárias", disse Putin perante as câmaras de televisão ao receber o presidente da Turquia na cidade russa de Sochi.
Putin expressou confiança de que o atual nível de confiança entre a Rússia e a Turquia "desempenhe o seu papel na procura de soluções para os assuntos que atualmente afetam a região" e permita encontrar "uma resposta a todas as perguntas, incluindo as mais difíceis" e que são, frisou, "do interesse" de Ancara e de Moscovo e de "todos os países".
Anteriormente, o porta-voz do Kremlin afirmara que as negociações entre os presidentes da Rússia e da Turquia sobre a situação na Síria vão ser “muito complexas” e prolongadas.
“São muitos temas. As negociações vão ser muito complexas, evidentemente” disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à agência Interfax acrescentando que os contactos “não vão ser breves”.
A Rússia espera que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, explique hoje os planos para o nordeste da Síria, antes do fim das tréguas que, segundo ficou acordado, terminam dentro de algumas horas.
O cessar-fogo alcançado na quinta-feira passada pelos Estados Unidos termina hoje às 19:00 (20:00 em Lisboa) tendo o governo turco advertido que vai retomar as operações militares de imediato caso as forças curdas (Unidades de Proteção Popular) não se tenham retirado do nordeste sírio.
Erdogan insiste que o objetivo é forçar a retirada de todos os membros das Unidades de Proteção Populares de uma zona que se prolonga ao longo de 32 quilómetros junto à linha da fronteira entre a Síria e a Turquia.
O chefe de Estado da Turquia disse ainda que vai negociar com o presidente russo, Vladimir Putin, o papel das tropas do regime de Bashar al-Assad, que estão a aproximar-se da zona dos confrontos.
A Rússia, principal aliado de Damasco, posiciona-se como árbitro entre a Turquia e a Síria, numa altura em que os Estados Unidos se retiraram da região.
“É necessário um diálogo entre a Turquia e a Síria, em que nós também estamos dispostos a assumir um papel de reconciliação, impulsionado os contactos entre as partes”, disse na segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov.
A invasão turca do norte da Síria já provocou dezenas de mortos e milhares de deslocados e refugiados entre a população civil.
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