“É importante não apenas aumentar o volume e a variedade dos fornecimentos, mas também melhorar a sua qualidade”, disse Putin durante uma reunião do Conselho Coordenador destinado a garantir as necessidades das Forças Armadas.
Putin pediu a melhoria do funcionamento do mecanismo de comunicação entre os militares, os produtores e os fabricantes, com o objetivo de introduzir correções nos pedidos quando seja necessário.
“Não há necessidade de introduzir medidas extraordinárias. Mas temos de pôr em marcha um trabalho preciso, de qualidade, bem coordenado. Isso é sempre útil, mas neste caso é simplesmente necessário garantir oportunamente tudo o que seja necessário para as nossas Forças Armadas durante a operação militar especial”, indicou, utilizando a designação dada pelo Kremlin à invasão da Ucrânia.
Neste sentido, considerou que os soldados no terreno devem receber o armamento e equipamento em datas e quantidades previamente determinadas.
Os serviços de informações norte-americano e britânico indicam desde há alguns meses que o Exército russo enfrenta escassez de efetivos, armamento e munições na Ucrânia.
O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, considerou na quarta-feira que a Rússia enfrenta uma “penúria significativa” de munições para a sua artilharia, em grande medida devido aos problemas logísticos que enfrenta e que poderão limitar no futuro as suas operações no terreno.
Austin também garantiu que as tropas russas possuem cada vez manos mísseis de precisão e que a sua indústria de Defesa enfrenta graves dificuldades para fabricar com rapidez novo armamento teleguiado.
Diversos peritos europeus citados por diversos ‘media’ têm considerado que a retirada russa do terço norte da região de Kherson foi motivada, mais que o avanço do inimigo ou problemas de abastecimento, pela escassez de munições, que apenas chegariam para mais um mês de combates.
No caso dos mísseis de cruzeiro Iskander, que provocaram elevados danos na infraestrutura militar e civil ucraniana, a Rússia apenas disporia de mais 120 unidades.
Perante a impossibilidade de garantir avanços significativos no campo de batalha, o Exército russo optou por desencadear bombardeamentos massivos contra a infraestrutura energética ucraniana e quando se aproxima o inverno, com Kiev a pedir ao ocidente o urgente envio de baterias antiaéreas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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