“Estabelecemos uma meta abrangente: até 2030, as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, as regiões de Zaporijia e Kherson deverão atingir o nível médio russo em áreas-chave que determinam a qualidade de vida das pessoas”, declarou o chefe de Estado russo.

Putin produziu estas declarações durante uma reunião com membros do Governo sobre o desenvolvimento socioeconómico daqueles quatro territórios, num discurso transmitido em direto pela televisão.

“É necessário aproveitar ao máximo os recursos de cada região”, disse o líder do Kremlin (presidência russa), embora o Exército russo não controle nenhum destes territórios na sua totalidade desde a invasão em grande escala iniciada em fevereiro de 2022.

O Presidente russo destacou também a importância de integrar planos de reconstrução “neste ano” nos programas de desenvolvimento nacional já existentes.

Para esta meta, o líder recordou que, em 2023, o Kremlin destinou 1,2 biliões de rublos (cerca de 14,4 mil milhões de euros).

Putin salientou ainda que, apesar da guerra, foram construídos 62 edifícios residenciais em regiões anexadas, outros 2.140 foram restaurados e erguidas 321 instalações sanitárias, educativas, culturais e desportivas, além de mais de 3.000 quilómetros de estradas.

Propôs ainda simplificar o acesso dos governos destas regiões ao financiamento estatal.

O Kremlin recebeu com prudência as recentes palavras do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre a necessidade de negociar com a Rússia um fim antecipado dos combates e a aprovação da possível participação de Moscovo numa cimeira de paz no final do ano.

Em ocasiões anteriores, Putin afirmou que, para se sentar para negociar, Kiev deve retirar as suas tropas destas quatro regiões anexadas e renunciar aos seus planos de aderir à NATO, o que significa na prática uma capitulação já rejeitada por Zelensky e pelos seus aliados ocidentais.

A guerra atual entre Rússia e Ucrânia começou com a invasão russa do país vizinho, em 24 de fevereiro de 2022.

Desde então, Moscovo declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à península da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões.

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