
A pequena ilha vulcânica, localizada a aproximadamente 1.250 quilómetros de Tóquio, foi palco de cinco semanas de combates entre as forças japonesas e americanas na etapa final da guerra.
Após intensos confrontos em túneis, quase todos os 21.000 soldados japoneses morreram, enquanto os americanos relataram cerca de 6.800 mortos e 19.000 feridos.
Esta segunda-feira, o casal imperial fez uma homenagem com um ritual, nesta segunda-feira, no qual ofereceram flores e derramaram água num memorial para os mortos na guerra, enquanto a chuva caía na ilha conhecida no Japão como Iwo-To.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, viajaram juntos para a ilha há pouco mais de uma semana para uma cerimónia que marcou o 80º aniversário da batalha.

Como a Operação Detachment se tornou numa das batalhas mais sangrentas
A invasão americana, denominada Operação Detachment, tinha como objetivo conquistar a ilha, incluindo os três aeroportos, com o objetivo de utilizar a região como base para lançar ataques mais eficazes sobre o Japão. Iwo Jima está situada a meio caminho entre as Ilhas Marianas (onde os EUA tinham bases aéreas) e o Japão continental.
Antes da conquista de Iwo Jima, muitos bombardeiros danificados nas missões sobre o Japão caíam no mar a caminho de volta às Marianas. Depois da conquista, mais de 2.400 bombardeiros B-29 fizeram aterragens de emergência em Iwo Jima — o que salvou milhares de vidas americanas.
O exército japonês preparou-se para a invãsão americana, o que em muito contribui para que uma operação militar que se previa durasse uma semana tivesse, de facto, durado 35 dias. Os japoneses encheram a ilha de posições fortificadas, bunkers e peças de artilharia escondidas, quase tudo conectado por quase 18 quilómetros de túneis recém construídos.
O conflito inspirou filmes e livros, mas está mais intimamente associado a uma das fotos mais famosas da 2ª Guerra Mundial, que mostra um grupo de marines dos Estados Unidos a hastear a bandeira na superfície coberta de escombros do monte Suribachi. Dos seis homens que aparecem na fotografia, três morreram durante a batalha e três sobreviveram.
A imagem foi feita por por Joe Rosenthal, ganhou o Prémio Pulitzer e tornou-se uma das mais famosas da história militar, tendo inspirado o memorial dos Marines em Washington D.C.
A batalha foi também retratada em vários filmes, incluindo o duplo projeto de Clint Eastwood, Flags of Our Fathers (2006) – do ponto de vista americano e Letters from Iwo Jima (2006) – do ponto de vista japonês.
Atualmente, os civis estão proibidos de entrar na ilha. Os esforços para encontrar os restos mortais das vítimas da guerra continuam na ilha isolada, onde um cheiro sulfuroso impregna o ar, de acordo com um jornalista da AFP.
A ilha é administrada pelo Japão e é considerada parte de Tóquio. Não tem população residente permanente — é usada pelas Forças de Autodefesa do Japão e, ocasionalmente, pelos EUA para treino militar. As visitas são muito restritas.
Sobre a Batalha de Iwo Jima
Foi uma das batalhas mais sangrentas e simbólicas da Guerra do Pacífico.
Opôs os EUA e o Japão e durou de 19 de fevereiro a 26 de março de 1945.
O objetivo dos EUA era capturar a ilha e usá-la como base aérea próxima ao Japão continental.
As tropas americanas eram compostas por cerca de 70.000 Marines
As tropas japonesas tinham cerca de 21.000 soldados.
*Com AFP
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