“Até o final de 2024, vamos ainda confrontar-nos com muitos médicos a atingir a idade de reforma e, apesar da captação de médicos que estamos a fazer, estamos a formar muito mais médicos de família do que eram formados antes, temos hoje quase dois mil médicos de família em formação”, disse Manuel Pizarro aos jornalistas após a formalização da transferência de competências na área da saúde do município de Oeiras.
O governante lembrou que só no final do ano é que vai ser possível obter “ganhos significativos de capacidade assistencial”.
Sobre o último concurso dirigido aos médicos que acabaram a especialidade na segunda época de 2023, o ministro da Saúde observou que dos 73 que terminaram, 62 ficaram colocados no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Além desses 62, ainda houve 40 médicos que estavam fora do SNS que aceitaram ficar, quer dizer que recrutámos 102 [médicos]. É uma gota de água para as nossas necessidades, mas é a fixação de todos os que estavam disponíveis”, sublinhou.
Segundo Manuel Pizarro, o concurso lançado em dezembro de 2023 fixou “86% dos médicos para os quais era destinado”.
“Este concurso tinha o objetivo de recrutar para o SNS os 73 médicos que acabaram a especialidade. O resto é um ganho adicional. Sim, nós abrimos 900 vagas, porque é uma decisão minha que tem ajudado muito. A decisão é abrir todas as vagas disponíveis”, indicou.
O Governo abriu 924 vagas para médicos de família, de acordo com a lista publicada na semana passada em Diário da República, apontando apenas 143 candidatos ao concurso lançado em dezembro.
“Já fizemos isso em maio [de 2023]. Recrutámos na altura 91% dos médicos que tinham acabado a especialidade. Repetimos agora. Recrutámos 86% dos médicos [recém-formados]. São as maiores taxas de fixação de médicos dos últimos anos”, disse, acrescentando que o Governo sabia que “não havia médicos para ocupar essas vagas”.
No mesmo concurso foram também abertas 29 vagas para a especialidade de saúde pública, tendo sido admitidos 12 jovens médicos.
O número de utentes sem médico de família atribuído aumentou 9,8% durante o ano de 2023, passando de 1.570.018 em janeiro para 1.724.859 em dezembro, indica o portal da transparência do SNS.
Segundo os dados consultados pela agência Lusa, entre janeiro de 2016 e dezembro do ano passado, o mês que regista o menor número de utentes sem médico de família é setembro de 2019 (641.228), enquanto o maior número foi atingido em maio de 2023 (1.757.747).
Entre o mínimo de setembro de 2019 e o máximo de maio de 2023, o número de utentes sem esse especialista atribuído aumentou 174%.
Por outro lado, o número de utentes inscritos nos cuidados de saúde primários passou de 10.574.055 em janeiro de 2023 para 10.570.863 em dezembro, uma diminuição de 3.192 registados.
Entre junho de 2020 e junho de 2023, o aumento de inscritos foi constante, de 10.267.818 para 10.622.877 respetivamente, o que representa mais 3,4% de utentes.
O portal da transparência indica ainda que, por opção do próprio utente, 22.069 não tinham médico de família em dezembro de 2023, menos 27,8% do que em janeiro do mesmo ano (30.585) e 10,7% do total sem médico de família atribuído.
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