"A percentagem de sírios recolocados em Portugal que estão já a trabalhar ou a ter formação profissional é de 45%", notou Pedro Calado, no lançamento do Relatório das Migrações (Migration Outlook) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.
O Alto Comissário para as Migrações assinalou que a recolocação de sírios em Portugal, no âmbito da Rede Europeia das Migrações, reporta-se aos últimos dois anos e acentuou que o indicador de empregabilidade é uma exceção à regra nos países analisados pela OCDE.
"A OCDE apresenta um período de 10 anos para que a percentagem de recolocados num qualquer país consiga atingir os 50%. No caso de Portugal, o valor é de quase metade, decorridos tão poucos anos", observou.
Na sua intervenção, que sucedeu à do responsável da Divisão de Migrações da OCDE, Jean-Christophe Dumont, e do diretor-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, Júlio Vilela, o Alto Comissário das Migrações destacou a importância de "políticas de apoio à integração" de imigrantes.
Em 2016, Portugal concedeu 428 pedidos de proteção internacional a sírios, de acordo com o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo 2016.
No ano passado, Portugal esteve entre os países que mais refugiados recolocou - 3.056 (611 africanos) - e o compromisso de promover o acolhimento e a integração está fixado em 4.574 no espaço de dois anos.
O relatório de 2016 da OCDE revela um total de cinco milhões de registos migratórios na área geográfica da organização, o que corresponde um aumento face a 2015 (4,7) e a 2014 (4,4).
O número de migrações nos países da OCDE indica uma tendência de crescimento desde o final da crise económica e financeira, ao mesmo tempo que aumentou as migrações humanitárias, com os fluxos massivos oriundos do Mediterrâneo, com muitos dos refugiados a atravessarem os Balcãs até ao centro e norte da Europa.
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