A Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros e a Ordem dos Farmacêuticos têm recebido vários contactos da sociedade civil.
Cidadãos anónimos e mesmo entidades coletivas querem ofertar produtos ou serviços para apoiar os profissionais de saúde.
Nesse sentido, foi criada uma plataforma conjunta, de acesso livre, onde é possível consultar todos os donativos recebidos.
De referir que esta plataforma não se destina a donativos em dinheiro, mas sim a bens e serviços.
O objetivo é ligar quem tem produtos para oferecer com quem mais deles necessita nesta altura.
“Este não é o momento de apontar responsabilidades a este ou àquele organismo. Não é o momento de referir que a capacidade de resposta do SNS está comprometida por anos e anos de desinvestimento. Estamos numa altura em que o país precisa de todos e que conta com os profissionais de saúde – sejam médicos, enfermeiros, farmacêuticos ou outros profissionais – para ajudarem Portugal a recuperar um rumo e a ter esperança”, sintetiza o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, a propósito do lançamento da plataforma, em comunicado.
“Os portugueses já manifestaram profunda consideração pela árdua tarefa que os profissionais de saúde estão a enfrentar todos os dias. Temos sido alvo de inúmeras demonstrações de apoio, de ofertas de ajuda, de vários quadrantes. Cabe-nos também apoiar, na retaguarda, a ação dos nossos colegas. Proporcionar-lhes todas as condições para que possam ajudar todos os portugueses nesta altura tão difícil", sublinha a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins.
Já Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, deixa um apelo à unidade: “Chegou a hora de estarmos juntos. Agora, mais do que nunca, temos de ser capazes de responder a uma só voz. Os portugueses sabem que podem confiar nos profissionais de saúde e têm multiplicado os gestos de gratidão, solidariedade e admiração. Esta plataforma é mais do que um sinal de união, é um mecanismo de resposta ao coração da sociedade civil. Só juntos seremos capazes de ultrapassar este momento. Vamos conseguir”.
Esta plataforma está disponível para consulta nos sites das três Ordens profissionais.
Quero ajudar. Como funciona?
Quem tiver produtos ou serviços para disponibilizar deve enviar um email para um dos seguintes emails: donativos@ordemdosmedicos.pt ou donativos@ordemenfermeiros.pt ou donativos@ordemfarmaceuticos.pt.
Uma nota importante: escolha um dos e-mails para enviar a sua oferta, evitando desta forma entradas repetidas de donativos na plataforma.
Ao enviar o e-mail seja claro sobre qual é o serviço ou bem que está a disponibilizar, ou seja, procure descrevê-lo da forma mais pormenorizada possível, defina a quantidade que tem para doar, a que região do país se destina e indique se há custos adicionais com, por exemplo, taxas de entrega.
Ao enviar o email é importante que indique os seus contactos — nome da pessoa ou entidade, e-mail e contacto telefónico —, para facilitar o contacto entre quem precisa de determinado bem ou serviço e quem está disponível para o oferecer.
A ideia é que a troca do bem em causa possa ser articulada diretamente entre estas pessoas, sem ser necessária a intervenção das Ordens.
A seleção dos donativos que vão constar nesta plataforma passam pelo crivo das três ordens profissionais, mas tratando-se de uma plataforma social, as Ordens "não garantem a qualidade, características ou quantidades dos produtos ou serviços, assegurando apenas a divulgação das ofertas que lhe são dirigidas, não podendo ser responsabilizadas por qualquer dano ou incumprimento que possa ser imputável ao doador e/ou donatário".
Face ao atual contexto, "será dada preferência à afetação dos donativos a instituições onde operem profissionais de saúde das Ordens envolvidas e que estejam em atendimento a situações relacionadas com o Covid-19, seguindo-se as instituições de solidariedade social e, por fim, os particulares", informa a Ordem dos Médicos.
Uma vez entregue o donativo, a Ordem para onde enviou o email a informar que este estava disponível deve ser informada por e-mail, de forma a garantir que a plataforma de mantém atualizada.
Em Portugal, registaram-se até ao momento 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas pelo novo coronavírus, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde.
Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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