Segundo adianta hoje o Jornal de Notícias, os produtores florestais estão preocupados com a formação de crime organizado em redor do setor do pinhão e pedem mais apoios e fiscalização.
As associações de produtores queixam-se dos prejuízos — em 2020, o valor ascendeu a 22 milhões de euros —, sendo que estimam que 25% da produção nacional de pinhas seja furtada e colocada legalmente no mercado, já que é passada a intermediários que depois as entregam à indústria que extrai os pinhões.
Para a UNAC - União da Floresta Mediterrânica, grupo que junta associações de produtores, industriais e investigadores, este tipo de operação "assume contornos de crime organizado", sendo que em regiões, como a zona litoral acima de Setúbal, os roubos chegam a 50% da produção, com os ladrões a atingirem zonas de "pequena propriedade e casas de veraneio e antigos empreendimentos imobiliários onde não há vigilância".
De forma a contrariar esta tendência, a UNAC defende "ajustes na legislação e na fiscalização", já que não só as medidas implementadas em 2015 são consideradas ineficazes, como "o sistema de registo de operadores económicos até vem providenciar e dar cobertura ao mercado informal" porque as autoridades não têm meios para fiscalizar. Além disso, são também pedidas multas mais pesadas e a criação de sistemas de alerta e de cruzamento de informação para controlar o circuito das pinhas.
A apanha da pinha é apenas permitida entre 1 de dezembro e 31 de março, sendo que neste período se prevê nova baixa de produção. No entanto, este é também a altura em que o pinhão de Portugal adquire maior melhor qualidade e nesta época pode atingir preços a rondar os 140 euros por quilo no consumidor, o que tem atraído cada vez mais criminosos.
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