“Podemos presumir que a moção de censura será adotada, tendo como consequência que Pedro Sánchez será o novo presidente do Governo”, admitiu Rajoy no curto discurso que fez quando chegou ao parlamento espanhol, depois de ter faltado ao início do debate sobre essa moção.
Rajoy quis ser “o primeiro a felicitar” o líder do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), apesar de não concordar com “o que fez”.

“Foi uma honra deixar Espanha melhor do que a encontrei”, disse Mariano Rajoy, acrescentando esperar que Sánchez consiga fazer a mesma coisa.

Os 350 deputados do parlamento espanhol vão agora iniciar a votação nominal que deverá aprovar a moção de censura.

Os socialistas espanhóis deverão conseguir reunir o voto de 180 deputados, incluindo os do Unidos Podemos (extrema-esquerda), os nacionalistas bascos e os independentistas catalães.

A provável queda do executivo de Mariano Rajoy, que esteve seis anos à frente dos destinos de Espanha, é provocada depois de vários ex-membros do PP terem sido condenados na semana passada a penas de prisão por terem participado num esquema de corrupção que também beneficiou o partido.

O Cidadãos (direita liberal) retirou o apoio que até agora dava ao PP, mas recusa votar a moção de censura ao lado do PSOE, insistindo na antecipação das eleições.

Rajoy recusou até agora apresentar a sua demissão antes da votação da moção de censura, a única forma de se manter no poder o tempo necessário para organizar eleições antecipadas e impedir a chegada ao poder dos socialistas.