"Estes são territórios envelhecidos, com mais pessoas vulneráveis e os hospitais e unidades de saúde estão ajustadas à realidade populacional do território. Um acréscimo de pessoas iria penalizar todos. Este apelo deve ser feito e deve ser respeitado pelas pessoas", afirmou à agência Lusa Célia Gonçalves, coordenadora da Associação para o Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM), que junta aldeias de nove concelhos do distrito da Guarda, Castelo Branco e Coimbra.
Segundo esta responsável, ainda não se tem verificado uma mudança de pessoas dos centros urbanos para as aldeias da rede, mas, mesmo assim, a associação entendeu lançar o apelo "para precaver essas possíveis situações".
Para Célia Gonçalves, "as pessoas com mais idade têm também dificuldade em perceber o surto, visto que já passaram por tantas dificuldades, e poderão desvalorizar", criando ainda um risco maior.
"Muitas delas continuam a fazer as suas atividades diárias, a ir à rua, aos campos, a passar pelo café da aldeia. Por isso, é mesmo importante que as pessoas dos grandes centros urbanos não se desloquem para as aldeias", vincou, recordando que as respostas de saúde no interior "não estão dimensionadas para receber muito mais pessoas", com a situação a poder agravar-se ainda mais caso haja casos de contágio.
De acordo com a coordenadora da ADIRAM, sediada em Seia, "haverá tempo para usufruir da tranquilidade destas aldeias".
Na sua página de Facebook, a rede lançou uma mensagem para as pessoas dos grandes centros urbanos: "Pense Alto. Evite deslocações às aldeias".
"Todos, sem exceção, serão sempre muito bem-vindos mas, neste cenário de pandemia, reiteramos que não é seguro fazerem-no", referiu a associação, nas redes sociais.
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