No final de uma reunião com o ministro Eduardo Cabrita, o presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesas (PRP), José Miguel Trigoso, referiu que os organismos e associações presentes no encontro sublinharam ainda a necessidade de alterações profundas em matéria de formação e comportamento dos condutores e sistema de controlo da punição, sendo "insustentável o tempo que se leva" para aplicar e executar uma multa.

Segundo o presidente da PRP, no encontro com o ministro da Administração Interna foi ainda defendida a aplicação sistemática de auditorias de segurança rodoviária e a sua publicitação.

Outro dos pontos importantes da reunião incidiu, de acordo com José Miguel Trigoso, na questão da luta a condução sob o efeito do álcool.

Manuel João Ramos, dirigente da Associação de Cidadãos Automobilizados (ACAM), referiu que a reunião serviu para discutir a "situação atual" da mortalidade nas estradas portuguesas, que, em 2017, foi "muito superior aos anos anteriores".

O mesmo responsável lembrou que a sinistralidade rodoviária se mantém muito elevada desde 2012 - em relação à média europeia - e que a ACAM alertou o ministro para a "falta de eficácia do Estado na implantação de políticas de segurança rodoviária".

"Existem desde 2001 vários planos (de segurança rodoviária) e os planos nunca são postos em prática", criticou Manuel João Ramos.

Por outro lado, o dirigente da ACAM congratulou-se com o facto de Eduardo Cabrita se mostrar sensibilizado e concordar com a ideia de que os Municípios onde a maior parte da sinistralidade grave ocorrer devam ser "uma parte ativa da resolução do problema".

"Os municípios não podem estar do outro lado do muro, têm que ser envolvidos, desde o princípio, na resolução dos problemas da sinistralidade" rodoviária, insistiu Manuel João Ramos, dizendo que essa questão parece ter sido "assumida" pelo ministro Eduardo Cabrita, pelo que é "pacífico" que assim deva acontecer.

O dirigente da ACAM defendeu também "alterações profundas no modo de gestão da via" e em medidas de "acalmia do tráfego" rodoviário, sustentando que não basta aprovar legislação sobre redução da velocidade para haver diminuição do número de atropelamentos.

Segundo Manuel João Ramos, os Municípios devem estabelecer planos de ação para as vias, por forma a que os automóveis não circulem a velocidades que matem os peões, indicando, a título de exemplo, que as retas podem ser substituídas por um trajeto em ziguezague que obrigue os condutores a reduzir a velocidade.

O mesmo responsável defende igualmente a implementação efetiva de auditorias de segurança rodoviária e pretende que se introduza a "inversão do ónus da culpa", para que quando há um atropelamento, o automobilista seja considerado culpado até prova em contrário.

"É um tipo de medida legislativa que existe por toda a Europa, mas não em Portugal", argumentou o dirigente da ACAM.

Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, foi outro dos participantes na reunião com Eduardo Cabrita, mas no final escusou-se a prestar declarações.

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