Esta eleição, onde se apresentaram outros sete candidatos vistos como meros figurantes, foi assinalada “por numerosas irregularidades graves, como falsificação de votos”, afirmaram os observadores da Organização para a segurança e a cooperação na Europa (OSCE).
“Na ausência de pluralismo, incluindo nos media, não existiu uma verdadeira competição nesta eleição”, referiram no seu relatório, que também denuncia o “desprezo generalizado dos procedimentos” ou “a ausência de transparência” do escrutínio.
A conferência de imprensa dos observadores da OSCE em Baku foi interrompida por assobios de protesto dos jornalistas pró-Aliev presentes, forçando-os a abandonar a sala, refere a agência noticiosa France-Presse.
A Comissão eleitoral central precisou em comunicado que a taxa de participação atingiu 74,5%, números que também foram contestados pelos setores da oposição.
O Presidente eleito deverá assim manter-se no poder até 2025. “Os cidadãos do Azerbaijão votaram pela segurança e o progresso”, felicitou-se o Presidente reeleito num discurso transmitido pela televisão.
Ilham Aliev, 56 anos, foi eleito pela primeira vez em 2003 nesta ex-república soviética e sucedeu a seu pai Heydar Aliev, um antigo oficial do KGB local que dirigia o país desde 1969 e conservou o poder até à sua morte.
Após assumir o poder, tem sido elogiado pelos seus apoiantes por ter garantido a modernização do Azerbaijão, que se tornou num importante fornecedor de gás à Europa e garantindo importantes receitas.
A família Aliev tem sido acusada de controlar importantes setores da economia do país, afirmações que Ilham Aliev sempre negou, à semelhança das acusações sobre uma deriva autoritária.
A oposição tinha também denunciado a decisão surpresa, e inexplicável de Aliev que antecipou a eleição presidencial em seis meses, uma manobra considerada como um meio de minimizar a campanha eleitoral e impedir a oposição de tomar medidas contra as supostas fraudes.
Ilham Aliev foi reeleito em 2008 e 2013 com resultados esmagadores, e que a oposição considerou fraudulentos.
Em 2009, o chefe de Estado fez aprovar por referendo uma alteração da Constituição que lhe permite um número ilimitado de mandatos, uma reforma denunciada por ativistas de defesa dos direitos humanos e pelos círculos oposicionistas.
Uma nova alteração constitucional em 2016 alargou o mandato presidencial de cinco para sete anos. O Conselho da Europa criticou com veemência estas reformas que “originaram uma grave alteração do equilíbrio de poderes” e fornecem ao presidente uma autoridade “sem precedentes”.
Ilham Aliev também colocou membros da sua família nos mais elevados cargos do poder. A sua mulher Mehriban foi designada primeira vice-presidente do Azerbaijão, e o seu filho Heydar é frequentemente citado como o seu possível sucessor.
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