“Vou fazer esta proposta, com documento em mãos, porque o Poder Legislativo não existe na Venezuela e é quem faz as leis. Chamar a essas eleições constitui um apelo para exercer do direito a voto, a participar”, disse.

Diosdado Cabello, tido como o segundo homem mais forte do regime e também membro da Assembleia Constituinte (composta apenas por simpatizantes do regime), fez o anúncio através da televisão estatal venezuelana.

“Requeremos de uma Assembleia Nacional (…) vou pedir, de maneira formal, que no dia que se façam eleições presidenciais, se realizem eleições legislativas”, sublinhou.

Segundo Diosdado Cabello não há inconvenientes em “convocar essas duas eleições” para que no dia que Nicolás Maduro inicie um novo mandado presidencial “também haja um poder legislativo que trabalhe para o povo”.

“Essa é uma oportunidade para a democracia”, vincou.

O presidente da Assembleia Nacional (onde a oposição detém a maioria), Omar Barbosa, já reagiu ao anúncio afirmando que “o Governo (venezuelano) parece estar na posição de tomar a rota da ilegitimidade”.

“Nós continuaremos a defender a Constituição, a soberania popular e a luta pelo restabelecimento da democracia na Venezuela. Simplesmente dizemos ao povo da Venezuela que esta Assembleia Nacional eleita legitimamente pelo nosso povo, não se ajoelha perante os atropelos e tentativas de impor pela força soluções ilegítimas”, disse aos jornalistas.

Segundo Omar Barbosa com a realização de eleições legislativas no mesmo dia, as eleições presidenciais “converter-se-iam num simulacro eleitoral”.

Por outro lado, anunciou que na quarta-feira os partidos que fazem parte da aliança da oposição, Mesa de Unidade Democrática, vão divulgar a sua posição sobre a participação ou não nas eleições presidenciais antecipadas.

A Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela é composta por 167 deputados, eleitos em dezembro de 2016 para um mandato de quatro anos.

Até então nas mãos do regime, nas últimas eleições a oposição obteve a maioria de dois terços do parlamento, mas está impedida de legislar sem aprovação das forças que apoiam o regime, porque dois lugares da sua bancada foram posteriormente impugnados.

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