A data foi marcada esta tarde, após as alegações finais, nas quais o Ministério Público não pediu uma pena concreta, sublinhando que a condenação a ser aplicada neste caso terá de fazer cúmulo jurídico com os 25 anos (pena máxima) aplicados em 2012, pelo homicídio de três jovens.
Durante o julgamento, que se iniciou no dia 15 de maio deste ano, Francisco Leitão nunca quis prestar declarações ao coletivo de juízes.
As mesmas fontes adiantaram que a defesa de Francisco Leitão admite que o arguido seja condenado “por quatro ou cinco crimes” mas não pelos 542 de que é acusado.
Contactado pela Lusa, Hélder Cristóvão, advogado do arguido recusou falar sobre os factos em julgamento, dizendo apenas que neste processo o que releva em termos de defesa "são as questões jurídicas que se levantam, relacionadas com a prescrição do direito de queixa e do crime ser apenas um por vítima e na forma continuada".
Francisco Leitão, sucateiro de profissão, convivia com vários jovens, na altura com idades entre os 14 e os 17 anos, fazendo-se passar pelo amigo que os levava a passear, pagava jantares ou bebidas e oferecia-lhes telemóveis.
Dizia ter poderes sobrenaturais e quando ganhava a sua confiança e sabia que estariam convictos dos seus poderes, levava os jovens para a sua casa, na Carqueja, Lourinhã, onde os amedrontava incorporando "entidades" sobrenaturais ou dizendo que vinha a mando delas informá-los de que eles ou seus familiares corriam perigo de morte.
Para evitar as consequências, teriam de se sujeitar a "injeções de energia", que, como descreve a acusação, seriam transmitidas do corpo do arguido para o corpo da vítima sob a forma de relações sexuais.
As queixas chegaram ao MP ainda em 2009, mas o inquérito veio a ser arquivado.
Contudo, o processo foi reaberto na sequência de buscas domiciliárias da PJ e de novas denúncias no período em que o arguido esteve a ser investigado pela morte de três jovens.
A leitura do acórdão está agendada para as 14:00 de 18 de setembro, em Loures.
Francisco Leitão cumpre uma pena de 25 anos no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, Alcoentre.
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