Segundo o Ministério, que divulgou hoje uma nova avaliação da invasão russa da Ucrânia, a informação foi recolhida pela investigação de jornalistas russos independentes que identificaram 1.053 casos nas forças armadas russas.

“Os militares da Rússia têm lutado para impor a disciplina nas suas fileiras durante as suas operações na Ucrânia, mas os problemas muito provavelmente pioraram depois da mobilização forçada de reservistas desde outubro de 2022”, lê-se no documento.

O texto acrescenta que, de acordo com dados dos tribunais russos, a maioria dos militares considerados culpados de deixarem os postos sem ordens superiores foi castigada com penas suspensas, o que significa que podem ser novamente mobilizados para combater na invasão lançada por Moscovo no ano passado.

“Os esforços da Rússia para melhorar a disciplina têm-se focado em transformar os desobedientes em exemplos e promover o zelo patriótico, em vez de abordar as origens da desilusão dos soldados”, conclui o Ministério.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais, uma ofensiva que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).