“Completamente falso que eu tenha alguma vez desviado fundos ou cometido qualquer outro crime e disso tem estado a ser feita prova documental e testemunhal no julgamento a decorrer”, lê-se no 'email' a que a Lusa teve hoje acesso.

Na segunda-feira, o jornal Público noticiou que Salvato Trigo está a ser julgado no tribunal Judicial da Comarca do Porto por ter alegadamente desviado pelo menos três milhões de euros daquela instituição de ensino privado em benefício próprio e da sua família.

O julgamento arrancou em outubro passado e está a decorrer à porta fechada.

Na mensagem de correio eletrónico - enviada pelo Gabinete de Comunicação e Imagem da UFP para docentes, alunos e funcionários da Universidade Fernando Pessoa - Salvato Trigo lamenta que o Ministério Público (MP) tenha acreditado em denúncias de um ex-Técnico Oficial de Contas (TOC).

“Infelizmente, o Ministério Público acreditou nas denúncias inteiramente falsas do ex-TOC da Fundação [Fernando Pessoa], que por ter sido demitido por mim com toda a justificação, resolveu vingar-se e pôr em causa a minha administração da Fundação que ele, aliás, como membro também do seu Conselho Fiscal, sempre aprovou com louvores exarados em livro de atas”.

O reitor da Fernando Pessoa avança ainda, no mesmo documento, que o MP, “baseado nas denúncias falsas desse senhor”, o acusa de “um crime de infidelidade à Fundação”, atribuindo à sua gestão “prejuízos para a Fundação” e “ignorando totalmente” que foi o próprio Salvato Trigo que alegadamente construiu com o seu “trabalho” e a “risco financeiro próprio” todo o património de que a Fundação “é hoje detentora”.

“Tudo isto sem nunca ter cobrado um cêntimo à Fundação pelo meu trabalho. (…) Esta é a verdade, estribada em factos e não nos fictos que estão na base da notícia de hoje [segunda-feira] lê-se no 'e-mail' assinado por Salvato Trigo.

A Universidade Fernando Pessoa convocou para hoje à tarde, pelas 15:00, uma conferência de imprensa na sede daquela instituição de ensino superior “para uma comunicação da Responsabilidade Social sobre o caso Reitor”.