Tarre reconheceu que a oposição preferia um resultado diferente do levantamento iniciado na terça-feira, encabeçado por Gaidó, que originou muitas manifestações, mas que não levou ao afastamento de Maduro do poder, que mantém o apoio das Forças Armadas para continuar na Presidência.
“Vamos continuar com a mesma luta, o presidente Guaidó continua na rua, vai enfrentar um possível risco de ordens de detenção. Está disposto a correr esse risco e, nesse sentido, pedimos aos países representados um apoio para quem encarna realmente a democracia”, disse o responsável.
O pedido foi feito durante uma sessão extraordinária para avaliar a situação na Venezuela, na qual não participaram sete países, Suriname, Trinidad e Tobago, San Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, Barbados e Belize, num gesto de apoio a Maduro.
Na sessão foi expresso o apoio a Guaidó pelos Estados Unidos e outros países, que hoje pediram que se respeite a vida dos membros da Assembleia Nacional, depois do levantamento militar de terça-feira e que até agora não teve resultados.
O discurso mais duro foi o do número dois da missão dos Estados Unidos na OEA, Aléxis Ludwig, que condenou os “ataques” das forças fiéis a Maduro contra a oposição e instou os restantes membros do organismo pan-americano a fazer o mesmo.
“Os Estados Unidos condenam estes ataques contra os protestos pacíficos nos termos mais enérgicos, condenamos estes ataques e o mesmo devia fazer o resto das democracias do mundo, em particular os outros membros da OEA”, disse Ludwig.
A Venezuela está a viver hoje uma nova onda de manifestações, 24 horas depois de um levantamento de um grupo de militares em Caracas, que foi liderado por Guaidó e que terminou em protestos violentos, dos quais resultaram um morto e 80 feridos.
O embaixador da Colômbia na OEA, Alejandro Ordonez, considerou que a ação de terça-feira foi um “avanço” para “pôr fim à tirania e recuperar a democracia”.
Na reunião o chefe de gabinete do secretário geral da OEA (Luís Almagro), Gonzalo Koncke, disse que este ano já morreram 54 pessoas em manifestações na Venezuela.
“É preciso soluções reais urgentes e democráticas para o povo venezuelano, para que possa sair da ditadura usurpadora (…). Hoje a nossa responsabilidade é a de proteger o povo venezuelano”, acrescentou.
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