As ativistas dos direitos humanos defendem o direito de condução por parte das mulheres e a abolição da “tutela” masculina, que permite aos homens tomar um conjunto de decisões na vida das suas parceiras e familiares do sexo feminino.
Além das sete detenções anunciadas a 19 de maio, segundo o jornal The Independent, mais três ativistas foram presas hoje. Todavia, o número de detenções pode ser superior já que a Human Rights Watch adianta que vários ativistas sauditas asseguraram que pelo menos outras quatro mulheres foram detidas no dia 15 de maio.
"Apesar da indignação internacional e dos pedidos de libertação dessas ativistas, elas continuam detidas por causa de sua atividade pacífica a favor dos direitos humanos", informou à AFP Samah Hadid, diretora de campanhas da Amnistia Internacional para o Oriente Médio.
Os responsáveis sauditas ainda não comentaram o assunto.
Sem identificar as detidas, os serviços de segurança sauditas acusam-nas de manter "contacto suspeito com entidades estrangeiras" e de ter dado apoio financeiro a "elementos hostis no exterior", tentando atacar a segurança e a estabilidade do reino.
Segundo a Human Rights Watch, entre as detidas estará Lujain Al Hathlul — detida em 2014 durante 73 dias depois de ter tentado cruzar de carro a fronteira entre os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita — e Aziza Al Yusef, ex-professora da Universidade Rey Saud de Riad.
Vários ativistas sauditas disseram à Human Rights Watch que a gravidade das alegações e a crueldade da campanha dos média contra as ativistas é “inédita” e “chocante”. O jornal Okaz, da Arábia Saudita, informou que as detidas podem enfrentar uma sentença de 20 anos de prisão.
O jornal Al-Jazirah partilhou uma fotografia de al-Hathloud e Al-Yousef na sua primeira página.
No ano passado, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, anunciou que, a partir de junho deste ano, as mulheres sauditas vão estar autorizadas a conduzir. Depois, três estádios abriram-se para permitir que as mulheres pudessem assistir a eventos desportivos.
"As autoridades sauditas não podem continuar a declarar publicamente que estão a favor das reformas e ao mesmo tempo tratar os ativistas pelos direitos da mulher desta forma tão cruel", finaliza Samah Hadid, diretora de campanhas da Amnistia Internacional para o Oriente Médio.
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