Pelo menos 20 parlamentares entraram numa sala de reunião fechada do Capitólio, conhecida como SCIF, impedindo o depoimento de uma funcionária do Pentágono sobre o suposto abuso de poder de Trump para que o governo da Ucrânia investigasse Hunter Biden, filho do seu adversário político democrata Joe Biden.

O acesso sem autorização a uma sala SCIF — espaço especialmente desenhado para impedir espionagem eletrónica — é uma violação do regulamento da Câmara dos Representantes.

Na invasão, os republicanos entraram no local com os seus telemóveis, o que constitui uma violação grave das normas de segurança.

Alguns parlamentares publicaram mensagens nas suas contas no Twitter a partir do interior da SCIF, onde prestava depoimento Laura Cooper, funcionária do departamento de Defesa encarregada da política para a Ucrânia.

"ÚLTIMA HORA: Liderei 30 colegas até à SCIF onde Adam Schiff [o presidente do Comité de Inteligência da Câmara dos Representantes] recebia o depoimento para o impeachment de forma secreta. Ainda dentro — seguem mais detalhes", escreveu no Twitter o representante republicano Matt Gaetz, um aguerrido defensor de Trump.

Os democratas qualificaram a invasão de manobra publicitária.

Todos os integrantes dos três comités encarregados do processo de impeachment — tanto democratas como republicanos — estão autorizados a presenciar os depoimentos e a interrogar as testemunhas.

Alex Mooney, um dos parlamentares que entrou na SCIF com Gaetz, revelou que quando Schiff viu o grupo "pegou na testemunha e saiu da sala, porque se nega a realizar uma audiência de forma transparente".

Os republicanos contrários ao impeachment parecem ter adotado uma nova estratégia para combatê-lo: atacar o processo em si, alegando que é inválido porque a Câmara não votou o início da investigação e o processo carece de transparência.

A ação ocorre dois dias após Trump incentivar o seu partido a "ser mais firme e lutar" contra o processo de impeachment.