A adjudicação marca o arranque da empreitada de “Reabilitação para colmatação de deficiências e patologias no conjunto urbano vila de Óbidos”, uma obra “de importância fundamental” para a estratégia da autarquia, que pretende “fixar as populações”, evidenciando “património e identidade”, como afirmou o presidente da autarquia, Humberto Marques.
A obra prevê a reabilitação de cerca de um quilómetro do adarve (área circulável) da muralha do castelo de Óbidos, onde será feita “a regularização do topo dos muros, dos paramentos verticais” em zonas onde se identificarem “deficiências construtivas e lacunas de materiais pétreos e argamassas, e tratamento de fissuras em escadas de acesso”, refere o projeto a que a Lusa teve acesso.
A Porta da Vila é outro dos locais onde será feito o tratamento de fissuras e infiltrações e a recuperação da azulejaria, pintura mural, pedra, ferros e talha.
Na Igreja de Santa Maria, o projeto prevê a conservação preventiva e curativa e o restauro do portal, que se encontra em avançado estado de degradação.
Na Porta da Senhora da Graça, além do tratamento de fissuras e infiltrações, será feito o restauro da cobertura da capela.
No Postigo de Baixo será feita uma avaliação da origem “das patologias e deformações da muralha” e a respetiva estabilização, pode ler-se na memória descritiva do projeto, que prevê igualmente a regularização do muro de suporte no Miradouro da Pousada e dos parâmetros verticais da muralha na Torre do Facho.
A empreitada inclui ainda a limpeza de vegetação e infestantes na muralha e castelo a reparação dos candeeiros e um reforço da sinalética alusiva aos perigos de circular no adarve de onde já se registaram algumas quedas de turistas.
“Será colocada sinalética mais agressiva para chamar a atenção das pessoas, mas não haverá nem interdição de passagem, nem cancelas nem falsas guardas, porque esse não foi o entendimento da Direção-Geral do Património Cultural”, explicou o autarca durante a cerimónia de adjudicação.
A obra foi adjudicada por 790.056,53 euros acrescidos de IVA, totalizando mais de 836 mil euros.
A recuperação do espaço foi autorizada pela Direção Geral do Tesouro (proprietária daquele património), e obteve o parecer positivo da Direção Geral do Património Cultural, no âmbito de uma candidatura ao Portugal 2020 – intervenções territoriais integradas, que assegura uma comparticipação de 85% de fundos comunitários.
A reabilitação da muralha tem um prazo de execução de 365 dias, mas a empresa assegurou hoje que será feita de forma a não prejudicar o movimento de turistas e os eventos que se realizam na vila onde decorre, até ao próximo dia 18, o Festival Internacional de Chocolate.
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