"Quando soubemos que a sala ia reabrir em finais de 2016, fizemos o necessário para [o concerto] ser no Bataclan. Um grupo que se chama Resistência dar um concerto no Bataclan, com toda a história recente e o simbolismo da sala, pareceu-nos uma escolha natural", disse à Lusa Luciana Gouveia, delegada-geral da associação.
O concerto está previsto realizar-se no dia 29 de janeiro, encerrando o programa da comemoração dos 25 anos da associação, que vai ser constituído por várias atividades, sob o tema dos “Estados Gerais da Lusodescendência”, que se inicia no dia 28.
Os Resistência que vão tocar a Paris são Fernando Cunha, Miguel Ângelo, Olavo Bilac, Fernando Júdice, Pedro Jóia, Mário Delgado, Alexandre Frazão, José Salgueiro e Pedro Cunha, disse à Lusa um dos músicos.
A dirigente associativa recordou que os Resistência atuaram em Paris em 1994, num concerto organizado pela associação, e que alguns dos músicos da formação, como Olav Bilac e Miguel Ângelo, já estiveram também na capital francesa, com os respetivos grupos, a convite da Cap Magellan.
Na noite de 13 de novembro do ano passado, a sala Bataclan, no boulevard Voltaire, no centro da capital francesa, foi alvo de um atentado terrorista, tendo morrido 90 pessoas, e várias ficaram feridas.
O atentado, que aconteceu paralelamente a outro ocorrido no Estádio de França, na região de Saint-Denis, na área metropolitana da capital francesa, foi reivindicado pelo auto denominado grupo Estado Islâmico. No total, os atentados provocaram 130 mortos em diferentes partes da capital francesa.
A sala Bataclan reabrirá no próximo dia 12, com um concerto de Sting, tendo já agendados espetáculos de, entre outros, Pete Doherty, Youssou N'Dour e Marianne Faithfull.
O projeto Resistência surgiu no início da década de 1990, reunindo vários músicos, provenientes de diversas bandas, com um repertório assente em novos arranjos musicais para canções trazidas por si, ou criadas pelas suas bandas, numa vertente mais acústica.
O grupo, além de alguns de músicos que vão tocar a Paris, tem incluído também nomes como os de Tim, Fredo Mergner, Pedro Ayres Magalhães, Yuri Daniel e Rui Luís Pereira (Dudas), assim como Teresa Salgueiro, Filipa Pais e Anabela Duarte.
Dos êxitos do grupo contam-se, entre outros, "Amanhã é Sempre Longe Demais", "Chamaram-me Cigano", "Circo de Feras", "Fado", "Fim", "Marcha dos Desalinhados", "Não Sou o Único", "Nasce Selvagem", "Só no Mar", "Timor", "Voz-Amália-de-Nós", "Canção de Amor" e "Ser Maior".
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