Segundo o documento publicado na edição digital do jornal oficial do PSD, o Povo Livre, Rui Rio conseguiu 17.157 votos (correspondentes a 53,2% dos votos expressos) e o antigo líder parlamentar do PSD 15.086 (46,8%).
A ata de apuramento das diretas de janeiro revela ainda que “foi interposta uma impugnação relativa à mesa de voto de Peso da Régua” (distrito de Vila Real), que o Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) do PSD irá apreciar.
No entanto, uma vez que estão em causa 99 votantes nessa secção, o órgão jurisdicional do partido refere que “não está em causa o resultado final”.
“O CJN declara eleito presidente da Comissão Política Nacional do PSD o militante Rui Rio”, refere a ata, com data de quarta-feira, e assinada pelo presidente deste órgão, Nunes Liberato, e pelo vogal secretário Paulo Mateus Calado.
Dos 40.628 militantes em condições de votar, fizeram-no 32.582 (uma participação de 80,2%), ligeiramente superior à verificada na primeira volta, que rondou os 79%.
Destes, 32.243 foram votos validamente expressos, 207 votaram em branco e houve 132 votos nulos.
De acordo com os números finais, a vantagem de Rio para Montenegro foi de 2.071 votos e de 6,4 pontos percentuais, a mais curta de sempre entre os dois primeiros candidatos em eleições diretas na história do PSD, numa inédita segunda volta.
Até agora, a vitória mais estreita registava-se em 2008, quando Manuela Ferreira Leite venceu Pedro Passos Coelho por 37,9% contra 31,06%, uma diferença de 6,84 pontos percentuais e de cerca de 3.000 votos.
No entanto, nesta ocasião o PSD ficou quase ‘tripartido’, já que o terceiro candidato mais votado, Pedro Santana Lopes, obteve 29,6% dos votos, a apenas 1,46 pontos do segundo.
Nessas eleições, os estatutos ainda não obrigavam a uma segunda volta quando um dos candidatos não obtivesse a maioria absoluta dos votos validamente expressos, uma regra que só foi introduzida em 2012, mas que só foi necessária na atual eleição.
Em 2018, Rui Rio venceu o adversário de então, Pedro Santana Lopes, com 54,15% dos votos.
Na atual eleição, além do caso de Peso da Régua, nenhum militante do PSD na Madeira votou depois de a estrutura regional ter decido encerrar as sedes na segunda volta. Na primeira volta, o CJN declarou nulos todos os votos do arquipélago por “desconformidades” no caderno eleitoral.
No total do país, Rio ficou à frente em 12 distritos (Porto, Aveiro, Açores, Beja, Bragança, Évora, Europa, Faro, Guarda, Santarém, Viana do Castelo e Vila Real) e Montenegro em dez (Lisboa Área Metropolitana, Braga, Setúbal, Portalegre, Fora da Europa, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa Área Oeste e Viseu).
Na primeira volta, Rio já tinha sido o candidato mais votado com 49,02%, mas falhou a maioria absoluta. Luís Montenegro conseguiu 41,42% e vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz obteve 9,55%, ficando de fora da segunda volta.
O 38.º Congresso do PSD, de consagração do novo presidente e de eleição dos restantes órgãos do partido, realiza-se entre 7 e 9 de fevereiro, em Viana do Castelo.
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