O caso foi divulgado pela imprensa egípcia, estrangeira e pelas redes sociais, envolvendo o uso de um vestido transparente por parte da atriz Rani Yussef, de 45 anos.
Em declarações à AFP, na quarta-feira, o advogado Amr Abdel Salam — que tinha apresentado uma ação num tribunal do Cairo, acusando a atriz "de incitar a libertinagem" — anunciou a retirada da denúncia.
"Retirámos esta manhã a denúncia que apresentámos contra Rania Yussef", declarou, destacando a anulação do comparecimento judicial, previsto para 12 de janeiro, que poderia levar, segundo o responsável judicial, até cinco anos de prisão.
O advogado Samir Sabri, que também se tinha insurgido contra a atriz, afirmando que a forma de apresentação de Rania Youssef era "contrária às tradições, aos valores da sociedade e dos seus costumes", confirmou à AFP que tinha igualmente retirado a sua denúncia.
Quando questionados sobre quais os motivos da retirada das queixas, os dois advogados mencionaram o facto de a atriz ter pedido desculpa.
De acordo com a BBC, também o Sindicato dos Atores Egípcios criticou a "apresentação de alguns dos convidados", adjudicando que prejudicou a imagem do "festival e o sindicato".
No entanto, Yussef assegurou na quarta-feira, dia 5, que a investigação continuava em curso, sem adiantar mais detalhes.
A atriz reconheceu, numa publicação partilhada nas suas redes sociais, que não esperava que o vestido provocasse tanta indignação.
Este não é o primeiro caso de contestação face ao uso de roupa por mulheres egípcias: no ano passado, a cantora Shaimaa Ahmed foi condenada a dois anos de prisão por ter aparecido num videoclipe de roupa interior a comer uma banana e já em janeiro deste ano, outra cantora, Laila Amer, foi visada por dançar e fazer poses sugestivas num vídeo também.
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