“Seria confundir um jantar que teve meros intuitos pessoais num facto político que não o é ou não o deve ser”, respondeu Rio, questionado pelos jornalistas no parlamento, depois de anunciar a apresentação de um projeto-lei do PSD sobre transparência dos contratos públicos.
Ainda assim, instado a dizer se considera existirem condições para Santana Lopes regressar ao PSD - partido do qual se desfiliou no verão de 2018 para fundar outra formação política, o Aliança -, Rui Rio acabou por dar uma resposta que o próprio classificou de ‘la palice’.
“Neste momento não há condições, ele é militante de um outro partido”, referiu.
Sobre o jantar, realizado na quarta-feira num restaurante de um hotel em Lisboa, Rio disse ter sido “entre duas pessoas que se conhecem da política” e que têm “estima pessoal” um pelo outro.
“Fomos adversários nas diretas, e desde que [Santana Lopes] fundou a Aliança nunca mais nos vimos. A partir de um amigo comum, marcámos um jantar no dia em que fazia 19 anos que ele ganhou a Câmara de Lisboa e eu a Câmara do Porto”, relatou.
Questionado várias vezes se o antigo autarca de Lisboa e da Figueira da Foz seria um bom candidato para as eleições do outono do próximo ano, Rio recusou responder.
“Não foi um jantar com intenção política, mas eminentemente pessoal”, reiterou.
Ainda assim, admitiu que a política também fez parte da conversa à mesa.
“Não sou hipócrita e não vou dizer que não falámos de política, claro que falámos. Agora, também falámos de futebol”, referiu.
Questionado quando tenciona apresentar os candidatos do PSD às duas principais cidades, Lisboa e Porto, Rui Rio disse não ter ainda um ‘timing’ definido.
“Não lhe sei dizer neste momento, depende de os ter decididos, convidados e de terem aceite e depois depende do que for, do ponto de vista estratégico, o melhor momento para o fazer”, disse.
Fonte oficial do PSD já tinha dito hoje de manhã à Lusa que o jantar com Pedro Santana Lopes tinha ocorrido num quadro de “reaproximação” pessoal e política entre os dois.
O encontro foi organizado pelo dirigente do PSD Maló de Abreu, que também esteve presente no jantar tal como o secretário-geral José Silvano.
Em declarações à TSF, Pedro Santana Lopes assegurou hoje igualmente que não houve qualquer convite sobre autárquicas no jantar, apesar de o tema ter sido abordado, e disse ainda não querer ser candidato.
"Não tenho vontade rigorosamente nenhuma [de ser candidato], especialmente nos tempos que vivemos. Temos é que atravessar esta fase difícil que o mundo está a viver. Deus que me livre de estar agora a pensar em campanhas ou candidaturas ou seja o que for."
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