Numa intervenção na primeira edição das “Conversas Centrais” da campanha eleitoral do PSD - sessões temáticas dedicadas a um capítulo do programa do partido -, hoje sobre Economia e Inovação, numa tenda aberta colocada na praça mais central de Braga, Rui Rio sustentou que a principal diferença do PSD para o PS “não é a política fiscal, é a frontalidade e a coragem” com que se apresentam aos eleitores.

“Para captar os votos das pessoas não é a melhor estratégia dizer que se baixa primeiro o IRC do que o IRS, eu sei que não é (…) mas aquilo que eu quero é melhorar a vida das pessoas, não na expectativa da próxima eleição, mas na expectativa do seu futuro e do futuro dos seus filhos”, afirmou.

O presidente do PSD defendeu que, para Portugal ter uma economia robusta, tem de começar “por se acarinhar a produção e não o consumo”.

“Eu quero que as pessoas percebam que não adianta nada ganhar a próxima eleição com promessas que comprometem o nosso futuro. Eu quero ganhar a próxima eleição com o compromisso com os portugueses de construir um futuro melhor e, para isso, tenho de ser frontal e genuíno”, salientou.

Rui Rio reiterou querer distinguir-se do PS “na construção do futuro e não no objetivo de querer ganhar uma eleição a todo o custo”.

“Vamos baixar o IRC e também o IRS também e nesta legislatura, mas não vamos pôr o carro à frente dos bois”, afirmou.

Na sua intervenção, Rio reiterou que o objetivo principal do PSD, se vencer as eleições antecipadas de 30 de janeiro, será que os portugueses “tenham melhores empregos e melhores salários”.

O presidente do PSD salientou outra promessa económica do programa do partido: que, até ao final da legislatura, o Estado pague aos seus fornecedores a 30 dias, de forma a ajudar na capitalização das empresas.

Rio procurou explicar qual o objetivo destas sessões temáticas, que já existiram na campanha eleitoral para as legislativas de 2019.

“Em vez de fazer um comício em que se dão quatro ou cinco gritos a ver se no telejornal aparece um dos gritos, transmitir às pessoas quais são as nossas principais ideias e medidas”, disse.

O moderador será sempre o cabeça de lista por cada círculo - hoje o deputado e vice-presidente do partido André Coelho Lima - e o responsável do PSD em cada área, Joaquim Sarmento, no caso das finanças públicas.

Tal como há dois anos, a sessão temática - na altura designada por ‘talk’ - foi antecedida de um momento humorístico, protagonizado pelos atores Carla Vasconcelos e Sandro Moisés.

“Esta rábula representa que as coisas também podem ser feitas com humor, as mensagens também podem ser transmitidas de forma simples, mas ligeira”, enquadrou André Coelho Lima, num dia em que um ‘tweet’ de Rui Rio sobre o voto antecipado de António Costa provocou alguma polémica e foi classificado pelo líder do PSD como “uma brincadeira”.

A atriz deu corpo à personagem da “D. Palmira”, apresentada como dona de casa e especialista em economia e inovação.

“Estas eleições das duas uma: alguém ganha ou alguém perde, certinho como os impostos e como a morte. Neste momento até acho que os impostos são mais certinhos do que a morte”, gracejou.