“Não tem efeito prático nenhum. Seriam as eleições antecipadas quatro meses", justificou Rui Rio, em declarações aos jornalistas na sede distrital do Porto do PSD, depois de dizer que não equacionou a apresentação de uma moção de censura ao Governo.

Sobre o voto favorável do PSD à iniciativa apresentada pelo CDS-PP, Rui Rio admitiu que é “simbólico”.

Contudo, acrescentou, não podia ser diferente para ser consequente com as críticas que o partido vai fazer durante o debate da moção de censura, na quarta-feira, no parlamento.

“Se dizemos mal [no debate], íamos votar favoravelmente?”, questionou.

De acordo com Rio, no plenário da Assembleia da República o PSD vai “repetir as principais críticas que tem feito ao Governo PS” e, sendo a votação para dizer que o PS tem de ser censurado, “depois de dizer mal”, o PSD não podia votar contra essa censura.

“Não fazia sentido votar diferente”, afirmou.

O voto favorável do PSD, insistiu, “é pouco mais do que simbólico”.

“Sabemos que não tem efeito em termos de fazer cair o Governo. E, imaginando que pudesse ter esse efeito, que o BE ou o PCP se abstinham, o que acontecia era antecipar as eleições em quatro meses”, observou, acrescentando que, “mais coisa, menos coisa, é um formalismo”.

O líder do partido recusou ainda que o PSD tenha sido “arrastado” pelo CDS-PP relativamente à moção.

“Foram todos arrastados, porque regimentalmente são todos arrastados para o plenário para debater [a moção]. O PS também vai participar no debate”, frisou.

O primeiro-ministro considerou hoje que o PSD foi "arrastado" pelo CDS-PP para apoiar a moção de censura ao Governo e que esta iniciativa dos democratas-cristãos visou sobretudo o conjunto dos partidos à direita em vez do PS.

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas justificou a moção de com “o esgotamento” do Governo, “incapaz de encontrar soluções” para o país e de só estar a pensar “nas próximas eleições”.

Esta será a segunda moção de censura ao Governo minoritário do PS, chefiado por António Costa.

Discutida no parlamento a 24 de outubro de 2017 e também apresentada pelo CDS, a anterior moção de censura centrava-se nas falhas do Estado no combate aos grandes incêndios desse ano.

Foi rejeitada com 122 votos contra, do PS, PCP, BE, PEV e do deputado do PAN, e 105 votos favoráveis, do CDS-PP e do PSD.

Para ser aprovada a moção tem que obter 116 votos e isso implica a queda do Governo,

PS e os outros partidos de esquerda (PCP, BE e PEV) têm maioria na Assembleia da República.

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