Na intervenção de abertura do Conselho Nacional, que decorre em Coimbra, para aprovar a lista de candidatos do PSD às eleições europeias, segundo relatos da reunião, Rio recorreu à ironia para dizer que era um "tipo modesto" e não iria sequer tentar ganhar as sondagens, mas “apenas” as eleições e saudou a melhoria do clima interno no partido.
Em declarações aos jornalistas, a meio da reunião, o vogal da Comissão Política Nacional André Coelho Lima resumiu a intervenção de Rui Rio como “marcante e mobilizadora”, com mensagens de “união do partido, de combate à abstenção e de fortalecimento da posição de Portugal na Europa”.
“O dr. Rui Rio diz que traz uma medalha consigo ao peito, é que nunca ganhou uma sondagem e que nunca perdeu uma eleição”, reiterou.
Também Paulo Rangel, novamente cabeça-de-lista do PSD às europeias, na sua intervenção perante os conselheiros, fez um discurso de mobilização interna, considerando ser preciso colocar o partido primeiro, a par de Portugal, porque só vencendo eleições os sociais-democratas poderão resolver os problemas do país.
André Coelho Lima apontou como objetivo do PSD vencer as europeias de 26 de maio, dizendo que o partido quer “continuar uma onda que se sente positiva e de aceitação crescente da mensagem do presidente do partido”, em contraponto com “o crescente desânimo em relação ao Governo”, ao PS e ao seu cabeça-de-lista às europeias, Pedro Marques.
“Alterou a sua personalidade para efeitos de campanha, é uma pessoa que tenta mascarar-se para as eleições europeias”, criticou.
Questionado sobre as críticas do PSD/Açores, que não aceitou o oitavo lugar na lista ao Parlamento Europeu e não indicou qualquer candidato, o dirigente social-democrata apontou que “há sempre pessoas mais e menos satisfeitas quando se fazem listas” e desvalorizou a ameaça desta estrutura não fazer campanha.
“Isso não é uma possibilidade, os Açores fazem parte de Portugal, os Açores vão participar na campanha”, afirmou.
Sobre a forma como vai ser feita a votação da lista, André Coelho Lima defendeu que a regra nos Conselhos Nacionais do PSD é o braço no ar, incluindo quando o partido escolheu candidatos a primeiros-ministros.
Já depois de Coelho Lima ter falado aos jornalistas, o líder da distrital de Lisboa do PSD, Pedro Pinto, apresentou um requerimento para que a votação da lista ao Parlamento Europeu seja feita de forma secreta, que será apreciado pela mesa do Conselho Nacional.
Há cinco anos, a lista de candidatos do PSD às eleições europeias, também encabeçada por Paulo Rangel, foi aprovada com 88% dos votos no Conselho Nacional - 75 votos a favor, seis contra, três brancos e um nulo – o que indicia ter existido uma votação secreta.
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