“O importante é termos representação [na Assembleia da República], ali um cantinho [no hemiciclo]”, vincou Vitorino Silva, em entrevista à agência Lusa, acrescentando que o RIR vai a votos porque “é preciso frescura” e “sangue novo” na política.
O antigo candidato às eleições presidenciais (conhecido como “Tino de Rans”) e agora rosto do RIR lembra que, em 2016, teve 152.094 votos, 47.405 dos quais no distrito do Porto, por onde é cabeça de lista: “Se [o partido] tiver 47 mil votos no Porto, claro que temos gente no parlamento”.
Ainda assim, Vitorino Silva admite que, apesar de ser uma figura familiar aos eleitores, as pessoas “neste momento não conhecem o partido RIR”.
O dirigente explicou que o flagelo de concorrer às eleições legislativas com um partido recente pode ser combatido com um contacto permanente com a população.
“Não faço campanha só em tempo de eleições. Ando em campanha há muito tempo e, se chegar a deputado, não foi nestes quinze dias que consegui lá chegar”, salientou.
Vitorino Silva considera, contudo, que o Reagir — Incluir — Reciclar foi “criado para combater” a abstenção: “Um bom resultado [nestas eleições] é [fazer com] que o povo vá votar”.
“A grande vitória, para mim, era que todos os portugueses fossem votar, exercessem o seu direito de voto”, advoga, porque “a abstenção está a condicionar a verdade da democracia”.
O cabeça de lista pelo Porto considera também que o distanciamento que existe entre os políticos e a população tem afastado as pessoas das urnas.
“[É necessário] aproximar os políticos das pessoas, porque as pessoas estão fartas de ver os políticos como ‘aves de rapina’ só na altura das eleições. Só gastam sapatilhas em tempo de eleições”, critica.
Por essa razão, a campanha do RIR vai ser diferente: “Não vamos pôr cartazes, porque não é um cartaz distante no meio de uma rotunda que vai levar as pessoas a votar. O político não pode ser um cartaz, o político tem de movimentar”.
Numa análise à legislatura que agora termina, o dirigente do RIR reprovou a postura dos líderes do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português.
“Catarina Martins e Jerónimo de Sousa não se preocuparam em defender os interesses do país. Estiveram quatro anos ao lado de António Costa para tentar segurar os lugares [no parlamento]”, argumenta.
Apesar de não excluir apoiar uma maioria parlamentar quer à esquerda, quer à direita — porque “o RIR é 360 graus” -, para Vitorino Silva é imprescindível que essa coligação seja criada para “defender o país em primeiro lugar”.
“Se estou a candidatar-me é porque o país não está bem”, explica, caso contrário, “o RIR não fazia sentido”.
Vitorino Silva afirma também que uma recandidatura a Belém não faz parte dos planos para o futuro.
“Neste momento estou preocupado com o país, estou preocupado com as legislativas, estou preocupado com este novo projeto. Se alguém pensa que o RIR veio a votos para morrer no dia 06 de outubro está enganado”, rematou, considerando que o partido não exclui um eventual apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
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