Rosa Mota, que prestou hoje homenagem ao antigo Presidente da República na Sala dos Azulejos no Mosteiro dos Jerónimos, destacou a figura de Mário Soares como uma personalidade “muito divertida, que gostava muito de viver e conviver”, disse, afirmando que era este comportamento que transmitia junto dos desportistas.

“Não podendo esquecer a pessoa que foi e eu, como atleta, não posso esquecer a importância que teve para o deportar nacional numa altura em que não era reconhecido como agora”, frisou.

Rosa Mota sublinhou que Mário Soares, como primeiro-ministro e, mais tarde como Presidente da Republica, soube a importância que o desporto tinha na sociedade e soube valorizá-lo, quer a nível nacional, quer a nível das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

A antiga campeã olímpica recordou, ainda, um episódio passado em Bruxelas com Mário Soares, então Presidente da Republica.

“Nós tínhamos uma cerimónia muito importante” e Mário Soares esqueceu-se do convite que era obrigatório à entrada. Questionado à entrada, disse que não tinha.

“Virou-se para mim e perguntou-me se eu não tinha convite para duas pessoas e foi assim que o Presidente da Republica passou a ser meu acompanhante”, recordou.

Rosa Mota foi uma entre as centenas de pessoas que, desde as 08:10 de hoje, prestaram homenagem a Mário Soares.

“Se hoje vivemos em liberdade, devemos muito a Mário Soares”, disse por seu turno o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, à saída dos Jerónimos após prestar homenagem ao antigo chefe de Estado.

O presidente do Sporting esteve acompanhado de Jaime Marta Soares, o antigo apresentador Carlos Cruz, com a filha Marta Cruz, o vice-presidente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, o general Mourato Nunes, a antiga presidente da Abraço e atual presidente da Junta de Freguesia dos Anjos Margarida Martins.

Pelos Jerónimos passaram, também, o juiz conselheiro Armando Leandro, o antigo secretario de Estado da Saúde Francisco Ramos, Diogo Feio, do CDS–PP, e o antigo presidente da Câmara de Faro José Vitorino.

Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.

O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de segunda-feira, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.

O funeral realiza-se hoje, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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