“Tivemos uma série de encontros entre os dias 21 e 23 de abril e reunimos com responsável de alto nível”, afirmou o secretário-geral da organização, Christophe Deloire, sublinhando ter-se tratado de “uma missão sem precedentes”.
A RSF revelou o tema das discussões numa mensagem divulgada na rede social Twitter, a propósito de uma reunião internacional dedicada à liberdade de imprensa, organizada em Londres pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros britânico e canadiano.
“[A delegação da RSF esteve] duas horas com o procurador-geral, que nunca se tinha reunido com uma organização não-governamental ocidental nem com pessoas como nós”, adiantou Deloire, lembrando que a Arábia Saudita caiu para o 170.º lugar na lista de países com mais respeito pela liberdade de imprensa.
Esta missão teve como base a detenção de cerca de três dezenas de jornalistas e, sobretudo o assassínio na Turquia, em outubro de 2018, de um conhecido editorialista saudita, Jamal Khashoggi, referiu.
Depois do assassínio, que terá implicado as mais altas autoridades do reino saudita, entre as quais o príncipe herdeiro Mohammed ben Salmane, a ONU pediu que a reunião do G20, prevista para novembro de 2020 em Riade, seja realizada noutro local.
“Conseguimos falar sobre o assassínio de Khashoggi e a situação dos jornalistas”, disse Deloire, acrescentando que a RSF “explicou as razões para denunciar a situação de falta de liberdade de imprensa na Arábia Saudita”.
O facto de “termos discussões diretas completa a nossa estratégia”, já que “viemos aqui para criticar, argumentar, e articular a defesa pública e não-pública”, afirmou Deloire
A RSF já estava em contacto com a embaixada da Arábia Saudita em Paris desde 30 de outubro e foi avisada, “no final de março”, da possibilidade de se deslocar ao local, referiu o secretário-geral.
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