“Uma das minhas características, quando estou na vida pública, é dar-me mal com os interesses instalados. É olhar para o interesse público e querer defendê-lo contra os interesses instalados. E que melhor aliado posso ter, como presidente do PSD, senão a JSD que, pela sua juventude e constituição dos seus membros, é muito mais livre do que são a maior parte dos dirigentes do PSD”, afirmou Rui Rio.
No encerramento do 25.º Congresso da Juventude Social Democrata (JSD), na Póvoa de Varzim, o líder social-democrata eleito há cerca de dois meses notou que a JSD “é livre”, porque não está “enredada em interesses”, pelo que “deve dizer aquelas verdades que muita gente nos partidos não quer dizer, não está capaz ou não tem a liberdade para dizer”.
“Vocês não estão enredados em interesses, vocês são livres”, vincou, no congresso que elegeu como presidente da JSD Margarida Balseiro Lopes, deputada na atual legislatura pelo círculo de Leiria, de 28 anos, tornando-a na primeira mulher a liderar aquela estrutura.
Rio notou precisar dessa liberdade “no exercício do cargo” de presidente do PSD.
“Quando estávamos na JSD, ajudámos muitas vezes o partido a dizer umas verdades que ninguém queria dizer. O que vos peço é que digam também as verdades que muita gente nos partidos não quer dizer, não está capaz ou não tem a liberdade para dizer”, afirmou.
Segundo Rio, a JSD “não tem nenhum interesse particular”, apenas o de “servir a juventude portuguesa e de servir Portugal”.
Rio afirmou-se como “defensor da organização partidária da juventude” em Portugal, notando que “os partidos são um dos baluartes da democracia”.
“Não consigo conceber a democracia sem a existência de partidos políticos”, frisou o ex-presidente da Câmara do Porto.
Margarida Balseiro Lopes, que nas últimas eleições diretas do partido não declarou apoio a nenhum candidato, derrotou André Neves, que apoiou o atual presidente do PSD, Rui Rio, naquela disputa interna com Pedro Santana Lopes.
Balseiro Lopes sucede a Simão Ribeiro, de 31 anos, líder da JSD desde dezembro de 2014.
Na sua moção global, Balseiro Lopes apresentou como prioridade “a modernização e digitalização” da escola, propondo a substituição dos manuais tradicionais por digitais.
Na moção “Conquistar Portugal”, na qual a educação ocupa uma parte central, a participação dos alunos na avaliação dos professores era outra das ideias da nova líder da JSD.
Balseiro Lopes propunha alterações em todos os graus de ensino, a começar pelo pré-escolar, que quer gratuito, para já, a partir dos dois anos, mas, idealmente, logo no final da licença parental.
Para lá da educação, a nova presidente da JSD quer colocar na agenda política o tema do Rendimento Básico Incondicional (RBI), que constava de uma moção setorial defendida no último Congresso do partido pelo ex-líder da JSD Pedro Duarte e pelo comissário europeu Carlos Moedas.
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