"Isto é um golpe de teatro, porque está a correr mal ao Governo a campanha europeia. E está a tentar fazer este golpe de teatro e enganar as pessoas", afirmou o líder social-democrata.

Falando aos jornalistas à margem da visita que hoje realizou à Feira do Móvel, em Paços de Ferreira, Rui Rio referiu não ter "efeito prático nenhum" uma eventual demissão do Governo.

"O que nós estamos a falar é se as eleições são em agosto, setembro ou outubro e é tudo a mesma coisa", anotou.

O líder da oposição sublinhou, por outro lado, que "aquilo que será aprovado com os votos do PSD, se for aprovado no plenário do parlamento, de certeza absoluta" que cumpre aquilo que sempre disse e não terá "nenhum impacto orçamental que esteja para lá daquilo que são as capacidades orçamentais do país".

Respondendo às dúvidas dos jornalistas sobre o alegado impacto orçamental em 2019 e as implicações que poderá ter a medida no plano constitucional, observou: "Diploma que venha a ser aprovado na assembleia, que ainda não foi, não terá impacto orçamental em 2019, para lá daquilo que está previsto no orçamento. Se assim não fosse, era inconstitucional, era ilegal e o PSD não votará nada que seja ilegal. Tem de estar um texto claro".

Rui Rio concluiu: "Eu ando nisto há muitos anos. Do ponto de vista orçamental, eu tenho uma responsabilidade e não recebo instruções do Partido Socialista, que levou este país à bancarrota".

O parlamento aprovou na quinta-feira uma alteração ao decreto do Governo, com os votos contra do PS e o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos docentes.

Na sequência deste passo do parlamento, o primeiro-ministro convocou para hoje de manhã, com caráter de urgência, uma reunião extraordinária de coordenação política do Governo, encontro que ainda está a decorrer na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.

Segundo fonte oficial do executivo, o primeiro-ministro reúne-se hoje à tarde com o Presidente da República, na sequência da crise causada com a aprovação pelo parlamento da contabilização total do tempo de serviço dos professores, após o que fará uma declaração ao país.

(Notícia atualizada às 13h58)