"Esta é a vitória dos militantes de base do PSD", começou por dizer Rui Rio, já após Paulo Rangel ter reconhecido a derrota, antes mesmo de serem divulgados os resultados oficiais.
O presidente reeleito do PSD aproveitou para deixar um recado aos "dirigentes de concelhia e distritais" que "têm de se ligar mais aos militantes".
Rio afirmou ainda que uma esmagadora maioria das estruturas moveu-se por “interesses pessoais”. “Eu não prometi nada a ninguém. Não disse a ninguém que se votassem em mim tinha o lugar A ou B. A única coisa que as pessoas sabem é que não sou ingrato.”
O deputado social-democrata agradeceu ainda aos "muitos portugueses" que o "abordaram na rua, desejando a minha vitória". "Também teve influência. O meu agradecimento", sublinhou.
"Ponto final, parágrafo". Vencidas as eleições, Rui Rio já aponta a Costa e às legislativas
“Meus amigos, ponto final, parágrafo. Vamos mudar de capítulo. No dia 30 de janeiro temos um desafio pela frente que é ganhar as legislativas", continuou. “Queremos uma governação que tenha mais rigor e menos facilitismo”, afirmou.
Num discurso que depressa se virou mais para o país do que para o partido, Rio disse que “Portugal e os portugueses não são menos que os outros europeus".
"É o rigor que nos pode levar a um país muito mais desenvolvido (...) Temos de ter mais riqueza e menos endividamento. Temos de nos concentrar em produzir mais riqueza e a reduzir o nosso endividamento. Temos de mudar este rumo", sublinhou.
“Temos de ter a força para reformar, para enfrentar os interesses instalados para que o país possa mudar.”
Rui Rio disse ainda que quer um país com "menos impostos e melhores serviços" e afirmou pontos de honra como a saúde e a descentralização.
“Esta vitória de hoje só faz sentido se for para construir um Portugal melhor”, rematou.
Rio diz que está “picado” para ganhar legislativas
“Encaro esta vitória como todas as outras, com satisfação, com orgulho, mas acima de tudo com responsabilidade”, afirmou Rui Rio, num hotel do Porto, onde acompanhou os resultados das eleições diretas.
Como fez ao longo da campanha para as diretas, dirigiu grande parte do seu discurso para o futuro.
“Eu funciono melhor quando me picam e efetivamente estou picado para ganhar as legislativas”, salientou.
Questionado sobre se irá demitir-se em caso de derrota, limitou-se a responder: “eu vou ganhar”.
Sobre possíveis acordos de governação, insistiu que vai ao sufrágio "para ganhar” e que irá “respeitar essas eleições quer ganhe, quer perca”, esperando a mesma postura dos outros partidos, remetendo para o que disse ao longo da campanha para as diretas.
Na sexta-feira, tinha destacado a sua “estratégia de recentrar o PSD”, já que é ao centro que se discutem as eleições.
Hoje foi mais evasivo, mas disse que mantinha a mesma linha que tem advogado.
Sobre a sua posição em relação a Paulo Rangel, reiterou: “Estou sempre disponível para fazer unidade, agora, só se pode fazer unidade com quem quer”.
“Já aprendi que muitos dizem que querem unidade e depois não querem unidade”, acrescentou.
Rio admitiu também que será difícil fazer as listas de candidatos a deputados às legislativas de 30 de janeiro.
"Fazer listas com nomes, seja para o Conselho Nacional, para a Comissão Política Nacional, seja o que for, é sempre difícil em qualquer partido. No nosso sempre foi e continuará a ser”, afirmou.
Sobre possíveis acordos futuros, disse que “vai a eleições democráticas” para “ganhar” e que irá “respeitar essas eleições quer ganhe, quer perca”, esperando a mesma postura dos outros partidos.
Rui Rio entrou na sala onde os militantes já o aguardavam pouco antes das 22:30, mas já desde as 21:30 se gritava vitória na sala, entre cânticos que entoavam o nome do candidato e do partido, mas também “Portugal, Portugal”.
O atual líder do PSD, Rui Rio, e o eurodeputado Paulo Rangel disputaram hoje a presidência do partido, em eleições diretas em que podiam votar cerca de 46.000 militantes.
O 39.º Congresso do partido vai realizar-se entre 17 e 19 de dezembro, na Feira Internacional de Lisboa.
Com este resultado, Rui Rio, que lidera o PSD desde janeiro de 2018, manter-se-á como o 18.º presidente do partido.
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