Sublinhou, igualmente, que esta é uma prática que existe desde os anos 80 e não percebe a razão por ter sido investigada precisamente quando era presidente do principal partido da oposição.
"O artigo 5 da lei de financiamento dos partidos políticos diz quais são as verbas que os partidos políticos tem à sua disposição: Uma porque concorreram às eleições e tiveram mais de 50.000 mil votos, outra porque tem um grupo parlamentar", explica. E acrescenta que "o grupo parlamentar é um órgão do partido e o líder parlamentar decide dentro da comissão permanente", assim, "estas verbas, tanto uma como a outra são para utilização do partido e quem trabalha no grupo parlamentar ou na sede, está a trabalhar para o partido não existe uma coisa e outra".
Confrontado sobre se o facto de ser uma prática transversal a torna uma prática correta, Rio reforçou que: "Se toda a gente tiver a fazer uma prática incorreta, ela não deixa de ser correta por isso".
Disse também em jeito de brincadeira que "brincou" com a situação para "mostrar o ridículo que estava a acontecer".
"Na televisão, eu brinquei com isto, como forma de mostrar o ridículo que estava acontecer, mas o ridículo é também grave", referiu.
Confrontado com a "zona cinzenta" de que fala o Presidente da República sobre este tipo de verbas, Rui Rio considerou que "não há zona cinzenta nenhuma".
"Ambas as verbas são despachadas pelo Presidente da Assembleia da República. Não é uma de uma maneira, outra de outra, são para uma mesma entidade que tem o mesmo número fiscal. Para que isto fique absolutamente claro. E é obrigação dos partidos políticos gerirem estas verbas com rigor e seriedade, e não como o Ministério Público está a dizer", afirmou.
Sobre as buscas na sua casa, garante não ter sido informado antes dessas acontecerem. E acrescentou que os polícias o questionaram sobre o estudo da Deloitte que se disponibilizou para arranjar e mais tarde foi encontrado numa pasta no seu computador. Revelou ainda, que não lhe levaram o computador, mas levaram o telemóvel e uma agenda de 2022, sendo que as investigações eram sobre um período que terminava em 2021.
Disse ainda que "a TVI chegou primeiro que a polícia a minha casa" e por isso é necessário urgentemente uma "fazer a reforma da justiça para acabar com isto", um recado que deixa ao atual presidente do seu partido, Luís Montenegro, e aos restantes.
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