"A Iniciativa Liberal aplica a mesma exigência a todas as situações. Não há condições no nosso entender para Miguel Albuquerque continuar em funções, nem para o PSD nacional e o seu líder manterem a confiança em Miguel Albuquerque", afirmou o presidente da IL.

Rui Rocha falava aos jornalistas após uma visita à Feira Agrícola de Sant’Ana, em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, no âmbito da campanha para as eleições regionais antecipadas nos Açores de 04 de fevereiro.

Para o líder da IL, "à medida que as horas vão passando, e em que Miguel Albuquerque persiste em continuar em funções, a situação degrada-se".

"Isto é muito mau sobretudo para as instituições", disse, considerando que no atual momento "é fundamental que os agentes políticos preservem as instituições" e que "o próprio PSD a nível nacional, o seu líder Luís Montenegro", tomem "uma posição sobre esta situação".

"Creio que se trata evidentemente de uma situação que obriga à demissão. O tempo da justiça é um tempo necessário e estar agora a suspender o mandato para quê? Não faz nenhum sentido", sustentou, defendendo que "as pessoas não devem estar agarradas aos lugares", mas "devem estar agarradas à preservação das instituições"

Reforçando que "quando um responsável político é arguido num processo não pode continuar em funções" e que esse é "um principio inabalável", Rui Rocha ressalvou que não está com isso a dizer que Miguel Albuquerque é culpado.

O dirigente da IL considerou ainda que os portugueses devem a partir de 10 de março, data em que irão realizar-se as eleições legislativas antecipadas, "fazer uma reflexão" e pensarem em "escolher caminhos de confiança, de credibilidade e de soluções".

Na quarta-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo que levou à detenção do presidente da Câmara do Funchal e de dois gestores do grupo de construção AFÃ.

No mesmo dia, a Polícia Judiciária realizou na Madeira e em vários locais do continente cerca de 100 buscas numa investigação por suspeitas de investigações dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Ainda na tarde de quarta-feira, Miguel Albuquerque afirmou que não se demite mesmo que seja constituído arguido, num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção, e garantiu colaborar “de forma ativa com a justiça”.

Minutos depois, o presidente do PSD, Luís Montenegro, rejeitou comparar as investigações que atingem o presidente do Governo da Madeira e o primeiro-ministro, António Costa, defendendo que "as diferenças são mais do que muitas".