“As Forças Armadas russas vão reabrir um corredor humanitário de Mariupol a Zaporizhzhia (a 220 quilómetros a noroeste) em 01 de abril a partir das 10:00, horário de Moscovo”, adiantou o Ministério da Defesa russo.
A medida é tomada na sequência de “um pedido pessoal do Presidente francês (Emmanuel Macron) e do chanceler alemão (Olaf Scholz) ao Presidente russo, Vladimir Putin”, acrescentou o Ministério num comunicado.
“Para garantir o sucesso desta operação humanitária, propõe-se realizá-la com a participação direta de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados [ACNUR] e do Comité Internacional da Cruz Vermelha [CICV]”, prosseguiu.
A CICV disse que está pronta para “liderar” as operações de evacuação em Mariupol a partir de sexta-feira, desde que tenha garantias de segurança.
A situação humanitária é catastrófica em Mariupol, onde dezenas de milhares de civis estão presos e a sofrer com a falta de comida e o frio.
O Governo ucraniano disse que enviou 45 autocarros para retirar civis de Mariupol para Zaporizhzhia, acusando as forças russas de impedi-los de entrar na cidade.
Ambos os lados têm se acusado regularmente de defraudar as operações de retirada de civis.
Na noite de quarta-feira, o Ministério da Defesa de Rússia anunciou um “regime de silêncio”, ou um cessar-fogo local, a partir das 10:00 (07:00, em Lisboa) de quinta-feira, para retirar civis da cidade ucraniana cercada de Mariupol.
Pelo menos 5.000 pessoas foram mortas em Mariupol, no sudeste da Ucrânia, desde o início da invasão russa, anunciou segunda-feira uma conselheira da Presidência ucraniana, encarregada dos corredores humanitários.
“Cerca de 5.000 pessoas foram enterradas, mas há dez dias que as pessoas já não são enterradas, por causa dos constantes bombardeamentos”, declarou Tetiana Lomakina, citada pela agência noticiosa francesa AFP, estimando que “dado o número de pessoas ainda sob os escombros (…), poderá haver à volta de 10.000 mortos”.
A cidade portuária de Mariupol está cercada pelo exército russo desde o final de fevereiro, o que obrigou milhares dos seus habitantes a viver em condições muito difíceis, sem eletricidade, água potável ou comida.
De uma população em tempo de paz de 450.000 pessoas, cerca de 160.000 ainda lá estão encurraladas, segundo o presidente da câmara, Vadim Boïtchenko.
“Todas as entradas e saídas da cidade estão bloqueadas (…), é impossível fazer entrar em Mariupol víveres e medicamentos”, lamentou no domingo à noite o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Comentários