“O desenvolvimento da associação estratégica com a China é uma prioridade absoluta da política externa da Rússia. As nossas relações têm o seu próprio valor e não estão sujeitas a conjunturas externas”, afirmou Patrushev a Wang, citado pela agência russa de notícias TASS.
O responsável russo defendeu ainda que, no contexto de uma campanha ocidental para “conter a Rússia e a China”, o aprofundamento dos laços bilaterais e da cooperação dos dois países na arena internacional é de particular importância.
“Quero reafirmar o nosso apoio inabalável a Pequim nas questões de Taiwan, Xinjiang, Tibete e Hong Kong, que são usadas pelo Ocidente como forma de desacreditar a China”, acrescentou.
Segundo Patrushev, a “transformação do sistema de relações internacionais num modelo multipolar” enfrenta “uma oposição crescente do Ocidente”, que procura manter a todo o custo o seu domínio global.
O secretário do Conselho de Segurança da Rússia alertou ainda Wang que os países ocidentais “denunciaram unilateralmente uma série de tratados internacionais, inclusive no campo do controlo de armas”.
Estas declarações foram feitas pouco depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado a suspensão do tratado de controlo de armas estratégicas assinado com os Estados Unidos da América, o único documento de controlo de armas ainda em vigor entre as duas potências nucleares.
Ao mesmo tempo, Patrushev garantiu que “os Estados Unidos e os seus aliados estão a tentar substituir as regras universais do direito internacional” pelas suas próprias normas, em detrimento da Rússia, da China e dos países em desenvolvimento.
“Os eventos sangrentos provocados pelo Ocidente na Ucrânia são um bom exemplo disso”, afirmou.
Wang, que está em Moscovo depois de ter participado, no fim de semana, na Conferência de Segurança de Munique, tem um encontro agendado para quarta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, com quem abordará, entre outros assuntos, o conflito na Ucrânia.
A China lançou, há dois dias, uma iniciativa de paz na Ucrânia, tendo o próprio Wang defendido, em Munique, que Kiev e Moscovo devem iniciar negociações diretas para a paz, de forma a chegarem a um acordo político.
Wang disse na segunda-feira que a China quer trabalhar com países interessados em chegar a um acordo de paz na Ucrânia e alcançar um cessar-fogo o mais rapidamente possível.
O porta-voz da presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, indicou, por sua vez, que um encontro entre Wang e Putin não está descartado.
A visita do chefe da diplomacia chinesa à capital russa acontece três dias antes de se assinalar o primeiro aniversário da invasão da Rússia à Ucrânia.
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