O aviso de Moscovo surge porque alguns países querem proibir a entrada de turistas russos na Europa, enquanto outros preferem uma medida mais simbólica, como a suspensão de um acordo que prevê algumas facilidades na concessão de vistos para certas categorias de cidadãos russos.
“Sabemos que há diferentes pontos de vista entre os europeus, vamos acompanhar isso de perto. É uma decisão muito séria que pode ser tomada contra os nossos cidadãos e tal decisão não pode ficar sem resposta”, avisou o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.
“Para responder, temos de garantir que servimos os nossos melhores interesses e protegemos os interesses dos nossos cidadãos. Ainda não sabemos quais as medidas que os europeus vão tomar”, acrescentou.
Uma eventual suspensão do acordo de facilitação de vistos a turistas russos estará no centro das discussões dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 da UE, reunidos hoje e quarta-feira, num formato informal, em Praga.
“Pouco a pouco, Bruxelas e as capitais europeias mostram uma total falta de julgamento (…). Esta irracionalidade, que faz fronteira com a loucura, permite que tais medidas (sobre vistos) sejam debatidas”, declarou o porta-voz do Kremlin.
Os países europeus já impuseram várias sanções económicas à Rússia, para punir Moscovo pela sua ofensiva militar contra a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
No que diz respeito aos vistos, parece improvável uma proibição total, na ausência de consenso em torno desta medida reclamada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Esta proibição de vistos emitidos a turistas russos para o espaço Schengen (espaço europeu de livre circulação), que seria uma medida sem precedentes, é particularmente exigida pelos Estados bálticos, mas a Alemanha opõe-se a isso, e a Comissão Europeia também não é a favor.
Os 26 países do espaço Schengen (22 Estados da UE, mais a Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein) receberam em 2021 três milhões de pedidos de vistos de curta duração de todas as categorias (turismo, estudos, viagens de negócios), com os cidadãos russos a liderarem, com 536.000 pedidos.
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