“A decisão tomada é totalmente politizada”, declarou aos jornalistas a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, questionando: “Porque é que eles escolheram Sentsov e não Savtchenko”, questionou, referindo-se à militar ucraniana Nadia Savtchenko, detida pela Rússia e depois libertada numa troca de prisioneiros em 2016, antes de ser detida novamente no seu país acusada de preparar um ataque contra o parlamento.

“No início eles também fizeram apelos a seu favor, apoiavam-na, tão inspirados como estão hoje com Sentsov”, adiantou.

Para o vice-presidente da câmara baixa do parlamento russo, Piotr Tolstoi, “atribuir um prémio a uma pessoa que foi reconhecida como culpada de terrorismo é a última etapa de um acentuado desrespeito pelas normas e pelas leis”.

“Esta escolha (de Sentsov) é totalmente infundada e até rude por parte dos nossos colegas” do Parlamento Europeu, adiantou, citado por agências noticiosas russas.

Opositor à anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, Oleg Sentsov foi condenado em 2015 pela justiça russa a 20 anos de prisão por “terrorismo” e “tráfico de armas”, num processo considerado “estalinista” pela organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional.

O realizador, de 42 anos, passou este ano 145 dias em greve de fome para exigir a libertação de todos os “presos políticos” ucranianos detidos na Rússia.

O Prémio Sakharov 2018, no valor de 50 mil euros, será atribuído a 12 de dezembro, durante a sessão plenária do Parlamento Europeu.

Instituído em 1988, o galardão é atribuído a pessoas que tenham dado uma contribuição excecional para a luta em prol dos direitos humanos em todo o mundo, chamando a atenção para as violações dos direitos humanos e apoiando os laureados e a sua causa.

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