O ministério precisou que os sistemas de longo alcance S-400 e o de curto alcance Pantsyr-S vão integrar o exercício Escudo Eslavo 2019, uma ação de treino conjunta dos militares russos e sérvios para responder a um ataque aéreo. A primeira parte destes “jogos de guerra” decorreu em setembro, numa carreira de tiro no sul da Rússia.
O Presidente sérvio Aleksandar Vucic disse hoje que o sistema S-400 vai regressar à Rússia após o exercício, ao contrário do Pantsyr, que a Sérvia encomendou.
A Rússia tem ajudado a Sérvia na modernização das suas Forças Armadas, suscitando receios numa região da Europa ainda muito instável. No decurso da violenta desagregação da Jugoslávia na década de 1990, a Sérvia esteve em guerra com a vizinha Croácia, na sua antiga província do Kosovo, e também se envolveu no conflito na Bósnia-Herzegovina.
A Sérvia permanece o único aliado assumido da Rússia na região apesar do seu proclamado objetivo de adesão à União Europeia (UE), já recebeu aviões de combate MiG-29 da Rússia e aguarda até finais de 2019 o envio de helicópteros de ataque e transporte, e ainda de tanques.
Belgrado tem referido que pretende manter uma atitude neutral e permanecer fora da NATO, e recusou aplicar as sanções ocidentais contra a Rússia devido à situação na Ucrânia.
O analista militar sérvio Aleksandar Radic, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), considerou que a Rússia, ao deslocar para a Sérvia o sistema S-400, está a enviar uma mensagem política ao ocidente e à NATO.
“A Rússia pretende sublinhar a sua presença na região e dizer que defenderá o seu bastião europeu”, afirmou Radic.
“A Sérvia está nas costas da NATO e isso é muito importante para Moscovo”, acrescentou.
Os mísseis deverão percorrer o espaço aéreo de diversos países vizinhos e Estados-membros da NATO para chegarem à Sérvia, o que decerto implicará algumas questões por parte da aliança ocidental.
Este verão, a Roménia, um país da NATO, proibiu o transporte de veículos armados para a Sérvia através do rio Danúbio. A Rússia decidiu enviá-los por via aérea através do espaço aéreo da Hungria, outro país da NATO, declarando tratar-se de transporte civil.
Desta vez, julga-se que os aviões de transporte russo sobrevoem a Bulgária, outro membro da organização aliada.
A venda do sistema S-400 à Turquia, um Estado-membro da NATO desde 1952, suscitou nos últimos meses uma enorme controvérsia.
Em resposta, Washington retirou a Turquia do seu projeto de avião de combate furtivo F-35, ao considerar que o S-400 pode ser utilizado pela Rússia para recolher informação sobre a tecnologia utilizada no novo aparelho.
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