“Se houver algum sinal por parte dos EUA de que têm ideias sobre como avançar para uma solução, sem continuar a apoiar o regime de Kiev com todo o tipo de assistência para alcançar a derrota estratégica de Moscovo, então faremos certamente o nosso melhor para analisar e dar uma resposta”, disse o vice-ministro Sergei Ryabkov.

O governante disse que a Rússia está disponível para ouvir futuras propostas do Presidente eleito para pôr fim à guerra na Ucrânia, mas já avisou Trump de que não há “solução fácil” sem o fim da ajuda militar a Kiev.

Em declarações à agência noticiosa russa Interfax, Ryabkov admitiu que as relações entre os EUA e a Rússia mantêm canais abertos de diálogo, apesar das posições distantes dos dois governos atuais.

“Periodicamente, trocamos certos sinais através de canais fechados com diferentes graus de intensidade, dependendo da necessidade, mas tudo está a funcionar corretamente, não podemos dizer que as linhas de comunicação tenham sido cortadas”, explicou.

Ryabkov pediu “ações” à segunda administração Trump e demonstrou algum ceticismo em relação às promessas do magnata norte-americano.

“Conhecemo-lo da sua anterior corrida ao poder e acreditamos que algumas das suas promessas, em que falou de uma rápida resolução da situação na Ucrânia, não passam de retórica”, disse o vice-ministro.

“É claro que não pode haver uma solução simples para este problema ou para os problemas associados ao que está a acontecer na Ucrânia e nos seus arredores”, disse o governante, acrescentando que Moscovo só aceita o fim da guerra nos seus próprios termos.

“A administração americana deve levar estes sinais muito a sério, tanto a administração cessante como a futura. Não há oportunismo aqui e os nossos interesses não dependem de quem ocupa a Sala Oval da Casa Branca”, concluiu.

Ao longo da campanha e já depois de ter sido eleito, Trump tem afirmado que irá conseguir rapidamente a paz na Ucrânia, país invadido pela Rússia em larga escala em 2022, sem explicar como.

As autoridades judiciais norte-americanas apontaram, por diversas vezes, sinais de ligação da campanha de Donald Trump ao regime russo de Putin e o líder russo já disse que preferia ver na Casa Branca o milionário.