O prazo concedido foi de 150 horas.
Erdogan referiu-se a um “acordo histórico” sobre a Síria concluído após longa reunião com o seu homólogo russo Vladimir Putin e que decorreu em Sochi (Rússia), nas margens do mar Negro.
“Hoje, com Putin concluímos um acordo histórico para a luta contra o terrorismo, a integridade territorial e a unidade política da Síria e ainda para o regresso dos refugiados”, declarou Erdogan.
No decurso de uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente russo, Erdogan precisou que o período de 150 horas (seis dias e seis horas) se inicia ao meio-dia de quarta-feira, hora local (10:00 em Lisboa).
No decurso desta operação, a Turquia e a Rússia vão promover patrulhas conjuntas, acrescentou, uma iniciativa confirmada pelo Kremlin.
“Na minha perspetiva estas decisões são muito importantes, mesmo decisivas, e vão permitir resolver uma situação muito tensa”, declarou por sua vez Putin, numa alusão a este mecanismo destinado a evitar o reinício da operação militar turca contra os grupos armados curdos.
Este acordo foi divulgado logo após as forças curdas da Síria, que foram apoiadas pelos Estados Unidos no combate aos ‘jihadistas’, terem confirmado a retirada do nordeste da Síria, uma exigência da Turquia.
A Turquia pretende instalar uma “zona de segurança” em território sírio, junto à na sua fronteira, e define como “terroristas” as Unidades de Proteção Popular (YPG), o principal grupo das FDS.
No entanto, suspendeu na quinta-feira a sua ofensiva militar na sequência da frágil trégua negociada em 17 de outubro entre turcos e norte-americanos.
Esta pausa expira hoje às 20:00, e Ancara já advertiu que recomeçará as operações militares caso as YPG permaneçam na “zona de segurança”.
Segundo Erdogan, o acordo concluído com Putin, aliado do regime de Damasco, abrange os setores do nordeste da Síria onde as YPG estão presentes mas que escaparam à ofensiva turca, entretanto suspensa.
A retirada das forças turcas abrange uma zona com 120 quilómetros de comprimento entre as localidades de Tal Abyad et Ras al-Ayn, principais alvos da ofensiva turca, no setor central e nordeste da Síria.
Em relação à zona fronteiriça a leste e oeste deste setor, “as forças das YPG deverão retirar num prazo de 150 horas a partir de 23 de outubro (…) e as fortificações e posições da organização serão destruídas”.
“No final das 150 horas, as patrulhas turcas e russas vão começar a atuar numa profundidade de 1o quilómetros a oeste e a leste da zona da operação Fonte de Paz. Os terroristas de Tal Rifat e Minbej vão sair desta zona com as suas armas”, acrescentou.
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