“Cabe a nós decidir se queremos um mundo onde um Ocidente (…) totalmente subserviente aos Estados Unidos (…) acredita que tem o direito de decidir quando e como promover os seus próprios interesses sem respeitar lei”, disse Serguei Lavrov.

O governante russo lançou o alerta perante uma plateia composta principalmente por diplomatas africanos na embaixada da Rússia em Adis Abeba, capital da Etiópia, última etapa de uma curta deslocação africana que incluiu também o Egito, a República do Congo e o Uganda.

Durante a sua estada de 20 horas em Adis Abeba, sede da União Africana (UA), Lavrov encontrou-se com o seu homólogo etíope, Demeke Mekonnen, também vice-primeiro-ministro e não chegou a reunir-se com nenhum funcionário da UA, oficialmente por causa da incompatibilidade de agendas.

“O Ocidente criou um sistema baseado em certos princípios – economia de mercado, concorrência leal, inviolabilidade da propriedade privada, presunção de inocência …: mas esses princípios foram deitados fora quando se tratava de fazer o que achavam necessário para punir Rússia”, disse Serguei Lavrov.

O chefe da diplomacia russa sublinhou não ter dúvidas de que o Ocidente, “se for preciso, não hesitará em fazer o mesmo a qualquer outro país que (…) os irrite de uma forma ou de outra”.

Segundo Serguei Lavrov, atualmente todos estão a passar por “um período histórico muito importante”.

“Um período em que todos decidiremos em que universo vamos viver, para os nossos filhos e netos: um universo baseado na Carta das Nações Unidas (…) ou um mundo dominado pela lei baseada na força, a lei do mais forte”, vincou.