
“Devemos acelerar a entrega imediata de armas e munições [à Ucrânia]. E esse será o foco do nosso trabalho nas próximas semanas”, disse von der Leyen a um grupo de jornalistas, a caminho de Kiev.
A chefe da Comissão Europeia prometeu ainda apresentar “muito em breve” um plano abrangente sobre como aumentar a produção de armas e as capacidades de defesa da UE, do qual a Ucrânia também beneficiaria.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, devem chegar hoje a Kiev para assinalar o terceiro aniversário da guerra e falar com o governo da Ucrânia.
“Estamos hoje em Kiev porque a Ucrânia é a Europa. A nossa parceria estreita é do interesse da Ucrânia, mas também do interesse da Europa”, disse Von der Leyen, sublinhando que a UE apoia “uma Ucrânia livre e soberana no seu caminho em direção à União Europeia”.
A Ucrânia tem uma indústria de defesa “altamente inovadora e próspera”, o que deverá reforçar a resiliência da União Europeia, à medida que os 27 membros assumem “mais responsabilidade pela sua própria segurança”, acrescentou a antiga ministra da Defesa alemã.
Von der Leyen enfatizou ainda que a UE preparou um pacote energético ambicioso, que aumentará a segurança energética tanto para a Ucrânia como para a União Europeia.
O objectivo, disse, é integrar totalmente os mercados de electricidade da Ucrânia e da Moldávia com o mercado de electricidade da UE até ao final de 2026.
A presidente da Comissão Europeia sustentou que “uma Ucrânia livre e soberana é do interesse de todo o mundo” e alertou que a UE aumentará “as sanções punitivas” contra a Rússia, a menos que Moscovo demonstre “uma vontade real de alcançar um acordo de paz duradouro”.
Nos últimos dias, líderes europeus esforçaram-se por estruturar uma resposta às mudanças políticas do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, face à guerra na Ucrânia e criar um mecanismo para continuar a apoiar Kiev se a ajuda de Washington falhar.
O envolvimento de Trump com autoridades russas e o seu acordo para retomar laços diplomáticos e a cooperação económica com Moscovo, demonstrados nas últimas semanas, marcaram uma reviravolta dramática na política dos EUA que abalou os líderes na Ucrânia e toda a Europa.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu no domingo que pode ser forçado a assinar um acordo económico com Washington, que garantiria a continuidade da ajuda à Ucrânia em troca de os Estados Unidos explorarem minerais raros no país.
“Se as condições são: ‘não lhe daremos ajuda se não assinar um acordo’, então fica claro”, disse Zelensky durante uma cerimónia a assinalar três anos da invasão russa.
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