Os bombardeamentos aéreos ocorrem numa altura em que a Ucrânia propôs a Moscovo a troca de prisioneiros russos pela retirada de combatentes feridos que se mantêm nos subterrâneos da instalação metalúrgica, o último bastião da presença armada ucraniana em Mariupol.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que as negociações estavam a decorrer no sentido da retirada dos combatentes, mas que apesar das várias opções “nenhuma é a ideal”.

Um conselheiro do autarca de Mariupol disse hoje que as forças russas bloquearam todas as vias de retirada da cidade.

Petro Andriushchenko afirmou ainda que restam muito poucos apartamentos habitáveis e que a escassez em relação a alimentos e água potável é dramática.

O conselheiro do presidente da Câmara referiu que alguns residentes são obrigados a cooperar com as forças ocupantes em troca de alimentos.

No relatório diário (respeitante ao 78.º dia de guerra) os militares da Ucrânia afirmam que as forças russas estão a fazer disparos de artilharia de campanha contra as tropas ucranianas que se dirigem para Zaporijia, cidade de refúgio para os deslocados de Mariupol.

De acordo com fontes militares ucranianas, as forças russas estão também a atacar com artilharia zonas de Kharkiv, nordeste do país, e Chernihiv e Sumi no norte.

De acordo com o Exército ucraniano “nove ataques russos” nas zonas de Donetsk e Lugansk foram repelidos, tendo sido destruídos vários blindados de Moscovo, mas estas informações não podem ser confirmadas por fontes independentes.

Entretanto, a Procuradora ucraniana iniciou o processo de acusação contra o sargento russo Vadin Shyshimarrin, de 21 anos, pela morte de um civil de 62 anos que seguia de bicicleta quando terá sido abatido pelo militar russo, em fevereiro.

Trata-se do primeiro caso sobre crimes de guerra da Rússia na Ucrânia.

Neste momento, de acordo com a Procuradoria de Kiev mais de 10 mil alegações sobre crimes de guerra, cometidos pela Rússia estão a ser investigados tendo sido identificados mais de 600 suspeitos.