“Gostaríamos de recordar ao comandante do grupo operativo 67 da sexta frota [dos Estados Unidos] de que a Crimeia é um território inalienável da Rússia. Ao enviar os seus pilotos em missões de reconhecimento para a área do mar Negro, deve levar em conta que serão recebidos por caças russos, e não pelos seus parceiros ucranianos”, disse o Ministério da Defesa russo, num comunicado.
A outra opção será, segundo acrescentou a nota informativa num tom qualificado pelas agências internacionais como irónico, “distribuir por todas as tripulações novos mapas com o tracejado correto das (novas) fronteiras do espaço aéreo da Rússia”.
Moscovo respondeu desta forma ao Departamento de Estado norte-americano que acusou, na segunda-feira, a Rússia de ter efetuado uma manobra militar perigosa no espaço aéreo internacional sobre o mar Negro.
Segundo Washington, um caça SU-27 russo voou a cerca de cinco pés (1,52 metros) de um avião patrulha EP-3 da armada norte-americana, “violando flagrantemente as leis e os acordos internacionais”.
O Ministério da Defesa russo indicou que o EP-3 aproximou-se da fronteira do espaço aéreo da Crimeia com o ‘transponder’ (dispositivo de comunicação eletrónico) desligado, e como tal os caças russos descolaram para monitorizar o aparelho norte-americano.
“As manobras do caça russo foram regulares, absolutamente legais e não representaram nenhum perigo para o aparelho de patrulha dos Estados Unidos”, salientou o comunicado da Defesa russa.
As forças russas “vão continuar a garantir a vigilância das fronteiras do espaço aéreo da Rússia”.
"Se isto provoca depressões ou fobias aos pilotos norte-americanos, recomendamos ao lado norte-americano que desista destes voos perto das fronteiras russas ou que volte à mesa das negociações para acordar regras”, concluiu a nota informativa de Moscovo.
A 16 de março de 2014, a península ucraniana da Crimeia realizou um referendo não reconhecido por Kiev (Ucrânia) nem pela comunidade internacional, no qual quase 97% dos votantes disse sim à reunificação com a Rússia.
Dois dias depois, a 18 de março, Moscovo consumou a anexação do território ucraniano, criando dois novos sujeitos membros da Federação da Rússia: a República da Crimeia e a cidade de Sebastopol.
O Presidente russo, Vladimir Putin, sempre defendeu que a Crimeia é um território historicamente russo que foi injustamente integrado na Ucrânia em 1954, quando ambos os países faziam parte da União Soviética.
Na sequência da anexação, a Rússia é alvo de sanções por parte dos Estados Unidos e da União Europeia (UE).
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