De acordo com um porta-voz da força aérea ucraniana, citado pelo jornal Kyviv Independent, 43 dos mísseis lançados foram abatidos pelas defesas anti-aéreas ucranianas.

A vice-ministra da Defesa da Ucrânia também confirmou o uso pelas forças russas de 17 drones do tipo Shahed, fabricados pelo Irão, lançados da Bielorrússia e da Crimeia.

O lançamento dos mísseis contra Kiev, Lviv, Pryluky, Khmelnytskyi, Dnipro, Nizhyn, Jitomyr e Kharkiv foram feitos a partir do Mar Cáspio e das regiões de Nizhni Novgorod, cidade localizada no oeste da Rússia, segundo informações fornecidas pelo Ministério da Defesa da Ucrânia, citado pelos meios de comunicação do país.

Os bombardeamentos russos em larga escala lançados hoje contra cidades ucranianas causaram um número ainda indeterminado de mortes, enquanto a população busca proteção em abrigos. Em Kiev, segundo as autoridades, pelo menos oito pessoas foram mortas e 24 ficaram feridas.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje numa mensagem ao povo ucraniano que os ataques maciços em várias regiões da Ucrânia visam danificar a infraestrutura de energia e causar baixas entre a população civil.

“A manhã está a ser difícil. Estamos a lidar com terroristas. Dezenas de mísseis, Shahed iranianos. Estes têm dois alvos”, disse Zelensky.

O primeiro objetivo, indicou o Presidente ucraniano, são as instalações de energia em todo o país. O segundo, acrescentou Zelensky, “é o povo”, e sublinhou que “tal momento e tais alvos foram especialmente escolhidos para causar o maior dano possível”.

O drone Shaded 136 (“testemunha” em persa) é um dispositivo aéreo não tripulado e controlado remotamente, desenvolvido pela empresa HESA e que entrou em serviço em 2021.

Com um alcance de ação de 2.500 quilómetros, os “Shaded 136” são utilizados exclusivamente para ataques direcionados e os explosivos que podem carregar detonam no impacto com o seu alvo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou hoje Kiev com respostas mais “firmes”, como os ataques de hoje com mísseis, “caso as tentativas de realizar ataques terroristas” no território russo “continuem”.

O ressurgimento desses bombardeamentos ocorre após a explosão que no sábado causou danos a uma ponta na Crimeia, um revés para a frágil logística de guerra de Moscovo, que transporta equipamentos militares pesados e suprimentos para as tropas russas no sul da Ucrânia através dessa infraestrutura.

O ataque a ponte foi descrito por Vladimir Putin como um ato terrorista de Kiev.